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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou que o problema de muitos processos irem parar no Judiciário brasileiro não é um problema dos juízes, mas sim da sociedade. A fala foi feita durante discurso no evento de lançamento do Anuário da Justiça São Paulo, na noite de segunda-feira (18).
“O Judiciário brasileiro é o que mais julga no mundo. Então, se tudo vai parar no Judiciário, o problema não é de nós, juízes. Se tudo vai parar no Judiciário, é um problema da sociedade. E a sociedade é que tem de fazer o seu papel”, disse o magistrado.
De acordo com Toffoli, é preciso tentar entender por que os outros setores decisórios da sociedade são incapazes de resolver os seus litígios: “Todo ano são, em média, 32 milhões de casos julgados e arquivados, e outros 30 milhões que entram”.
“São 80 milhões de processos, 32 milhões de processos arquivados por ano, uma média de sete mil processos sentenciados por juiz. Enquanto em Portugal são 700. Enquanto na Alemanha são em torno de mil processos”, disse Toffoli ao comentar sobre a produtividade da Corte.
“O trabalho da magistratura tem de ser um trabalho valorizado. Nós estamos vendo, muitos deixarem a carreira da magistratura, indo para a iniciativa privada. Não podemos deixar que a magistratura deixe de ser uma carreira atrativa, para além da vocação sacerdotal, mas também do ponto de vista da autorrealização de todos nós, como seres humanos, nas nossas condições econômicas e financeiras, de nos autorrealizar”.