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Líderes dos Estados Unidos e Israel conversaram nesta quinta-feira após Washington expressar sua “indignação” pelo assassinato de sete trabalhadores humanitários por Israel e a crescente preocupação com suas operações militares na sitiada Gaza.
O presidente Joe Biden e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tiveram sua primeira conversa telefônica desde meados de março.
A ligação ocorre dias após ataques israelenses terem matado sete colaboradores da organização beneficente americana World Central Kitchen na segunda-feira, relataram meios de comunicação israelenses. Um deles era americano.
Israel disse que foi um erro e que iniciou uma investigação do incidente.
A Casa Branca disse que não tem planos de conduzir sua própria investigação, embora tenha pedido a Israel para fazer mais para evitar mortes e ferimentos de civis inocentes em sua operação militar em Gaza.
Esperava-se que Biden reiterasse a Netanyahu suas preocupações sobre os planos israelenses de lançar uma operação em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde Israel diz que estão os últimos batalhões do grupo Hamas, e onde cerca de 1,5 milhão de palestinos buscaram refúgio. A vice-presidente Kamala Harris também se juntou à ligação.
Apesar das divergências, os Estados Unidos continuaram a fornecer armas e munições a Israel, incluindo pedidos que já haviam sido aprovados há algum tempo mas não haviam sido concretizados. Na segunda-feira, a “Lista Diária” de transferências de munições incluía a venda para Israel de mais de 1.000 bombas de 500 libras (225 quilos) e mais de 1.000 bombas de 1.000 libras (450 quilos).
Reunião Austin-Gallant, focada em Rafah
O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, também expressou sua “indignação” pelos assassinatos dos cooperadores – que Israel admitiu – em uma ligação telefônica com seu homólogo israelense, Yoav Gallant.
Austin insistiu na necessidade de proteger os trabalhadores humanitários e civis e de “aumentar rapidamente a assistência” a Gaza, “especialmente às comunidades no norte de Gaza que estão em risco de fome”, de acordo com o Pentágono.
Austin afirmou que a “tragédia reforçava a preocupação expressa por uma possível operação militar israelense em Rafah, com foco específico na necessidade de garantir a evacuação dos civis palestinos e o fluxo de ajuda humanitária”.
Biden e sua administração têm instado Israel publicamente e em particular a se abster de realizar uma incursão em grande escala em Rafah sem um plano crível para realocar e proteger os não combatentes.
Netanyahu prometeu destruir o Hamas, inclusive em Rafah, e trazer de volta para casa os reféns, enquanto se compromete a remover primeiro mais de um milhão de civis da cidade fora de perigo.
O exército israelense disse que Gallant e Austin discutiram “planos para expandir as operações para enfrentar os batalhões e capacidades militares remanescentes do Hamas”.
Ameaça do Irã
Também foi discutida “a ameaça representada pelo Irã e suas atividades indiretas”.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu em uma mensagem nas redes sociais que “com a ajuda de Deus faremos os sionistas se arrependerem de seu crime de agressão contra o consulado iraniano em Damasco”.
O exército israelense disse que, após uma “avaliação da situação, decidiu-se aumentar os efetivos e recrutar soldados da reserva”.
O exército também disse que “todos os permisos das unidades de combate serão temporariamente suspensos”, e os meios de comunicação informaram que mais reservistas estavam sendo convocados “em meio a ameaças visíveis do Irã”.
Pressão crescente sobre Netanyahu
Durante a guerra, Netanyahu enfrentou intensa pressão interna de famílias e apoiadores dos reféns ainda retidos em Gaza, e de um movimento de protesto antigovernamental ressurgente.
Em uma manifestação de rua em Tel Aviv para chamar a atenção para a crise dos reféns, havia faixas que advertiam “seu tempo acabou” e um homem amordaçado com as mãos amarradas com arame.
O membro do gabinete de guerra Benny Gantz, rival político centrista de Netanyahu, exigiu eleições antecipadas em setembro, um pedido rejeitado pelo partido de direita Likud do primeiro-ministro.
A guerra mais sangrenta de Gaza começou com o ataque do Hamas em 7 de outubro, que matou cerca de 1.170 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses.
A campanha de retaliação de Israel resultou na morte de pelo menos 33.037 pessoas, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas.
Os terroristas palestinos também tomaram mais de 250 reféns em 7 de outubro, e 130 permanecem em Gaza, incluindo 34 que, segundo o exército, morreram.
As conversas para um cessar-fogo e a libertação dos reféns estão estagnadas, e ambas as partes se culpam mutuamente.
Uma fonte informada do Hamas disse à AFP que “não há nada de novo na última rodada de negociações, e a ocupação (Israel) continua obstinada, adiando e perturbando qualquer acordo de cessar-fogo”.
No meio do aumento das tensões, os serviços de segurança israelenses afirmaram ter frustrado um complô para assassinar o ministro da Segurança Nacional, o ultradireitista Itamar Ben Gvir, que lidera o partido Poder Judeu, e atacar outros alvos.
(Com informações da AFP e AP)