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A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação para apurar a instalação clandestina de dispositivos de espionagem em servidores de computadores do edifício-sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Brasília. Pela primeira vez na história, criminosos conseguiram instalar “chupa-cabras” no prédio que gerencia o fluxo de dados de pagamento de 39 milhões de beneficiários. A informação foi inicialmente divulgada pelo portal Metrópoles.
De acordo com a PF, nenhum dado de beneficiário foi roubado, pois o sistema do INSS está criptografado desde maio. Os dispositivos irregulares, conhecidos como chupa-cabras, foram encontrados em vários andares do prédio do INSS, inclusive no andar da Presidência.
A investigação ainda está em andamento e não há suspeitos identificados até o momento. Dentro do INSS, há a suspeita de que alguém de dentro da organização tenha instalado os equipamentos recentemente.
“Já remetemos os vídeos à Polícia Federal, e, em razão da investigação sigilosa, não podemos fazer suposições sobre o tipo de funcionário envolvido. Mas imaginamos que seja alguém do próprio INSS, seja servidor ou terceirizado, que possa ter sido assediado pelo crime organizado. Certamente, a polícia identificará os responsáveis, que sofrerão as consequências dentro da lei”, disse Alessandro Stefanutto, presidente do INSS.
O caso ocorreu no dia 26 de junho, quando servidores do órgão notaram uma extrema lentidão no sistema de monitoramento do fluxo de dados do INSS. Técnicos realizaram uma primeira varredura e encontraram três dispositivos eletrônicos na rede de computadores. A PF foi acionada e encontrou mais quatro, totalizando sete dispositivos.
A polícia recolheu vestígios, imagens do circuito interno de TV e ouviu servidores. Um ofício da PF foi endereçado ao chefe da divisão de crimes fazendários.
A varredura, motivada por anomalias na rede de computadores, teve início no nono andar do prédio, onde as reclamações eram mais frequentes, e encontrou dispositivos até no décimo andar, onde funciona a presidência.
A equipe de tecnologia do INSS descartou a hipótese de que os dispositivos tenham sido instalados legitimamente pela equipe de manutenção para melhorar o tráfego de dados. Até onde o responsável pela varredura tem conhecimento, foi a primeira vez que se detectou um dispositivo suspeito no local.