No julgamento realizado pelo júri popular, uma técnica de enfermagem que trabalhava em um hospital de Canoas, no Rio Grande do Sul, foi considerada culpada por tentativa de homicídio contra 11 recém-nascidos. Vanessa Pedroso Cordeiro, 40 anos, recebeu uma sentença de 51 anos e 8 meses de prisão, sendo condenada por nove das acusações de tentativa de homicídio. Em um caso, foi absolvida, e outro crime foi requalificado como lesão corporal.
De acordo com o Ministério Público, Vanessa foi acusada de administrar medicamentos controlados, incluindo morfina, às crianças sem prescrição médica, assumindo o risco de causar-lhes a morte. Como resultado, os bebês apresentaram problemas respiratórios, convulsões e precisaram ser internados na UTI neonatal. Os crimes ocorreram em 2009.
Segundo o promotor Rafael Russomanno Gonçalves, que participou do julgamento, “As condutas da acusada foram gravíssimas, causando a internação na UTI de pelo menos 10 recém-nascidos saudáveis e com poucas horas de vida, com quadros gravíssimos, com paradas respiratórias, convulsões e até coma, causando pânico no ambiente hospitalar e mobilizando órgãos de saúde municipais e estaduais, além da Polícia Civil, até que a causa fosse descoberta. Tudo indica que, se não fosse sua prisão em flagrante, os casos seguiriam ocorrendo.”
Vanessa afirmou em sua defesa que tinha consciência do que estava fazendo, mas não conseguia parar de cometer os atos. Ela alegou ter praticado os crimes por desconhecimento de seu transtorno mental na época dos fatos. O Instituto Psiquiátrico Forense considerou que ela é semiimputável, ou seja, tem parcial compreensão da ilicitude de seus atos.
A sentença determina o cumprimento inicial da pena em regime fechado, porém Vanessa poderá recorrer da decisão em liberdade.
