Na última terça-feira, a Polícia Civil da Bahia prendeu um homem em Salvador, suspeito de auxiliar no plano para a execução de Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, líder quilombola do Pitanga dos Palmares. A prisão foi realizada por agentes do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) no bairro de Stella Maris.
Na mesma noite, o Ministério Público da Bahia informou que três homens denunciados pelo assassinato da líder comunitária serão julgados pelo Tribunal do Júri. A decisão foi expedida no dia 22 de julho pela 1ª Vara Criminal de Simões Filho.
Os acusados Arielson da Conceição Santos, Marílio dos Santos e Sérgio Ferreira de Jesus enfrentarão o julgamento pelos crimes de homicídio qualificado, com motivações torpes e cruéis, sem permitir defesa da vítima e para garantir a execução do crime. Arielson também será julgado pelo crime de roubo. A Justiça decidiu manter a prisão preventiva dos três.
O crime ocorreu em 17 de agosto de 2023, dentro do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho. Outros dois suspeitos ainda estão foragidos, o que levou o Ministério Público a desmembrar a ação penal para garantir o andamento do julgamento dos três acusados.
A investigação revelou que Mãe Bernadete, fundadora do quilombo e defensora da regularização do assentamento, enfrentava oposição à construção de um bar, o Pitanga Point, em uma área de preservação permanente. De acordo com os investigadores, Sérgio Ferreira enviou áudios informando que Mãe Bernadete havia notificado a polícia sobre a construção do bar.
A acusação aponta que Marílio dos Santos, com o apoio de Ydney Carlos dos Santos de Jesus, teria ordenado a execução de Mãe Bernadete. O crime foi realizado por Arielson da Conceição Santos e Josevan Dionísio dos Santos, ambos ligados à mesma facção criminosa. Eles invadiram a casa da líder comunitária, a mataram com 25 tiros e roubaram cinco celulares do local.
