A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou, nesta quinta-feira (1), os primeiros casos de febre oropouche no estado. A doença, transmitida pelo “mosquito pólvora”, foi identificada em Cajati, município localizado na região do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo.
Segundo a SES-SP, os casos são autóctones, o que significa que os pacientes foram infectados na própria região onde vivem, sem histórico de deslocamento para outras áreas. Os dois casos foram atendidos por uma das Unidades Sentinelas do estado de São Paulo, responsáveis pelo monitoramento das arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos. Os pacientes, provenientes de uma área rural, apresentaram sintomas semelhantes aos da dengue.
Enquanto isso, na Bahia, duas mortes pela febre oropouche foram confirmadas, a última delas ocorrendo em 22 de julho. O Ministério da Saúde informou que esses falecimentos são os primeiros no mundo atribuídos à doença, uma vez que não havia registros anteriores na literatura científica sobre óbitos causados pela febre oropouche.
De acordo com o infectologista Marcelo Neubauer, a febre oropouche é uma arbovirose transmitida pelo borrachudo, Culicoides Paraense, com um mecanismo de transmissão semelhante ao da dengue. A diferença principal é que a oropouche tem animais que podem servir como hospedeiros. Além disso, a contaminação ocorre em áreas endêmicas do país, como a Amazônia.
A febre oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, foram registrados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Também houve registros no Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela. No Brasil, até o momento, foram confirmados 7.044 casos com transmissão local em 16 estados. Em 2024, já foram registrados 7.236 casos, um aumento de 766,6% em relação ao ano anterior.
Sintomas da Febre Oropouche:
- Febre;
- Mal-estar;
- Dores no corpo e na cabeça;
- Artralgia (dores nas articulações);
- Diarreia;
- Tontura;
- Náusea.
