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Pesquisadores brasileiros calcularam um índice de mobilidade articular — chamado de “Flexindex” — para cerca de 3.100 adultos saudáveis de meia-idade que realizaram uma série de 20 movimentos.
O estudo descobriu que homens e mulheres com pontuações baixas tinham um risco maior de morte — até cinco vezes mais, em alguns casos — do que seus pares mais flexíveis.
“Ser apto aerobiamente, forte e ter bom equilíbrio já foi anteriormente associado a uma menor mortalidade. Nós conseguimos demonstrar que a flexibilidade corporal reduzida também está relacionada à menor sobrevivência em homens e mulheres de meia-idade”, disse o Dr. Claudio Gil S. Araújo, autor correspondente do estudo e médico do esporte.
Araújo desenvolveu o teste usado no estudo há mais de 40 anos. O Flexitest mede a amplitude de movimento em sete conjuntos de articulações — tornozelo, joelho, quadril, tronco, punho, cotovelo e ombro.
Os exercícios, realizados apenas no lado direito do corpo, incluem extensão do joelho, rotação do ombro e flexão do braço no cotovelo.
As mulheres se saíram melhor do que os homens, com uma vantagem de 35%. Participantes do sexo feminino, de 61 a 65 anos, eram, em média, 10% mais flexíveis do que homens de 46 a 50 anos.
Isso é surpreendente, pois a mobilidade articular tende a diminuir com a idade devido à perda de massa muscular, ao afinamento da cartilagem e/ou ao início da artrite.
Os pesquisadores acompanharam os participantes, que tinham entre 46 e 65 anos, por cerca de 13 anos.
Durante esse período, quase 10% da população do estudo — cerca de 300 pessoas — morreu.
As pontuações de flexibilidade foram cerca de 10% maiores para os participantes que sobreviveram em comparação com aqueles que morreram.
“Tanto quanto sabemos, este é o primeiro estudo de coorte a mostrar que um nível reduzido de flexibilidade corporal… está relacionado à maior mortalidade em uma grande coorte de homens e mulheres de meia-idade”, escreveram os pesquisadores em suas conclusões, publicadas na quarta-feira no Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports.
Outras pesquisas já encontraram uma ligação entre a falta de flexibilidade e a morte precoce. Um teste de equilíbrio de 10 segundos e um teste de sentar-levantar têm sido indicados como preditores de longevidade.
Recentemente, um treinador físico do Reino Unido compartilhou cinco exercícios que você pode fazer em casa para testar como o seu corpo está envelhecendo.
Os pesquisadores brasileiros sugerem que estudos futuros explorem se alongamentos ou treinos de flexibilidade, como Tai Chi Chuan ou yoga, podem afetar a longevidade.
Os 20 movimentos que compõem o Flexitest.
Dorsiflexão do tornozelo
Flexão plantar do tornozelo
Flexão do joelho
Extensão do joelho
Flexão do quadril
Extensão do quadril
Adução do quadril
Abdução do quadril
Flexão do tronco
Extensão do tronco
Flexão lateral do tronco
Flexão do punho
Extensão do punho
Flexão do cotovelo
Extensão do cotovelo
Adução posterior do ombro a 180 graus de abdução
Extensão e adução posterior do ombro
Extensão posterior do ombro
Rotação lateral do ombro a 90 graus de abdução
Rotação medial do ombro a 90 graus de abdução
