Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
A primeira vacina mundial contra o câncer de pulmão, chamada BNT116, começou a ser aplicada em fase experimental no Reino Unido. Produzida pelo laboratório BioNTech, a vacina utiliza a mesma tecnologia de mRNA que foi empregada na vacina contra a COVID-19.
Janusz Racz, de 67 anos, foi o primeiro paciente a participar dessa etapa do estudo, recebendo seis injeções consecutivas da BNT116 no Instituto Nacional de Investigação em Saúde da UCLH Clinical Research Facility, na última terça-feira (20).
Cada seringa continha material genético direcionado a diferentes partes do tumor, com o objetivo de treinar 5 bilhões de células do sistema imunológico.
Os médicos afirmam que o tratamento é mais preciso do que a quimioterapia, evitando os danos colaterais que afetam células saudáveis e podem causar efeitos devastadores. Racz relatou que o procedimento foi indolor e menos agressivo que a quimioterapia, um tratamento que ele considerou difícil.
Ele expressou confiança de que a nova vacina ajudará não só a ele, mas também a outras pessoas, caso entre em fase de produção rapidamente.
Cerca de 130 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas, a forma mais comum da doença, estão prontos para participar do estudo experimental. Seis hospitais no Reino Unido estão envolvidos no processo.
O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer em nível global, responsável por cerca de 1,8 milhão de mortes anuais. As taxas de sobrevivência para pacientes com formas avançadas da doença, quando os tumores se espalham, são particularmente baixas.
O ensaio clínico de fase 1, o primeiro estudo humano do BNT116, foi lançado em 34 centros de pesquisa em sete países: Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Hungria, Polônia, Espanha e Turquia. A vacina ensina o corpo a identificar e eliminar células cancerígenas, impedindo seu retorno.
O mRNA funciona apresentando ao sistema imunológico marcadores tumorais, preparando o corpo para combater as células cancerosas que expressam esses marcadores. O objetivo é fortalecer a resposta imunológica ao câncer, preservando as células saudáveis, em contraste com a quimioterapia.
Siow Ming Lee, oncologista consultor do University College London Hospitals NHS Foundation Trust, que lidera o ensaio no Reino Unido, destacou que o tratamento é simples de administrar e pode direcionar antígenos específicos nas células cancerosas, sendo a próxima grande fase no tratamento da doença.
Lee, que pesquisa o câncer de pulmão há 40 anos, afirmou que, inicialmente, poucos acreditavam na eficácia da quimioterapia.
Atualmente, cerca de 20% a 30% dos pacientes em estágio 4 sobrevivem com imunoterapia, e há expectativa de que a vacina de mRNA possa melhorar essas taxas de sobrevivência.
Lee espera que a vacina passe pelas fases 2 e 3 dos ensaios clínicos e se torne o padrão de tratamento global, salvando muitos pacientes.
Os primeiros testes com vacinas semelhantes em outros tipos de câncer mostraram-se promissores, com redução no tamanho dos tumores e no risco de recorrência. Esta é a primeira vez que a vacina da BioNTech é testada em humanos, e o ensaio verificará a existência de efeitos colaterais significativos.
Dependendo dos resultados, os médicos pretendem ajustar a vacina para aumentar sua eficácia clínica.
Racz, que é cientista especializado em inteligência artificial, revelou que sua profissão o motivou a participar do teste, entendendo que o progresso científico, especialmente na medicina, depende da participação voluntária em pesquisas como essa.