Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
9 pessoas morreram e 2.800 ficaram feridas nesta terça-feira (17) após a explosão de pagers usados pelos membros do grupo terrorista libanês Hezbollah para se comunicarem. Os primeiros incidentes ocorreram nos subúrbios ao sul de Beirute, reduto do Hezbollah, e se espalharam para outras regiões do país.
Cerca de 2 horas após as explosões, o ministro da Saúde do Líbano, Firas Abiad, acusou Israel de coordenar a ação durante uma coletiva de imprensa. Pouco depois, o Hezbollah reiterou a acusação em um comunicado oficial, afirmando que Israel “terá a punição justa”.
As Forças Armadas de Israel ainda não comentaram o ocorrido, mas, de acordo com um canal israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu instruiu seus ministros a não comentarem o incidente.
Além disso, autoridades do norte de Israel foram alertadas sobre uma possível escalada nos conflitos.
Inicialmente, o Hezbollah havia informado que 3 pessoas morreram nas explosões, incluindo uma menina e dois terroristas, sendo um deles o filho de um membro do alto escalão do grupo.
O Hezbollah também anunciou que suas agências de segurança estavam conduzindo uma investigação para determinar as causas das explosões simultâneas e destacou que a resistência estava em “alto nível de prontidão para defender o Líbano e seu povo”.
Os pagers, dispositivos de comunicação popularizados antes dos celulares, foram invadidos e hackeados, segundo a Al Jazeera.
O Hezbollah adotou o uso desses dispositivos após o líder do grupo, Hassan Nasrallah, ter orientado seus combatentes a abandonarem os smartphones devido à capacidade de Israel de infiltrar-se nesses aparelhos.
Após o incidente, o governo libanês pediu que os cidadãos descartassem imediatamente qualquer pager que possuíssem. As explosões, que começaram por volta das 15h45 no horário local, duraram cerca de uma hora.
Imagens de câmeras de segurança em Beirute capturaram o momento de duas explosões, uma em um supermercado enquanto um homem pagava suas compras e outra perto de uma bancada de frutas.
Com o grande número de feridos, o centro de operações de crise do Líbano solicitou que todos os profissionais de saúde se dirigissem aos hospitais para lidar com a emergência. Um jornalista da Reuters relatou ter visto membros do Hezbollah feridos e ambulâncias atendendo as emergências em meio ao caos. A Cruz Vermelha Libanesa mobilizou mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas para ajudar na evacuação das vítimas.
Entre os feridos estava o embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, que foi atingido pela explosão de um pager. A embaixada iraniana confirmou que ele sofreu ferimentos leves, mas estava consciente e fora de perigo.
Um representante do Hezbollah, que falou à Reuters sob anonimato, afirmou que a detonação dos pagers representou a “maior falha de segurança” do grupo em quase um ano de conflito com Israel.
Ramy Khoury, da Universidade Americana de Beirute, destacou que o incidente é “altamente incomum e preocupante para o Hezbollah”, sinalizando que Israel possui capacidades de inteligência além do esperado.