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Na tarde desta sexta-feira (15), um protesto organizado pela ONG Transparência Internacional tomou os céus da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Seis parapentes, com notas gigantes de dólar estampadas, sobrevoaram a região para cobrar uma postura mais firme do G20 no combate à corrupção, em um ato que antecede a Cúpula de Líderes do bloco, marcada para ocorrer no Rio 48 horas depois.
A ação, intitulada “Money Gliders”, teve como objetivo chamar a atenção para a falta de progresso na luta contra a corrupção por parte dos países do G20. Ao final do voo, os parapentes pousaram em uma faixa com uma pergunta provocativa em inglês: “Quão óbvia a corrupção tem que ser para que vire prioridade para o G20?”. A Transparência Internacional critica a inação do G20, acusando os líderes dos países mais ricos de negligenciarem o combate à corrupção e falharem em promover mudanças significativas ao longo da última década.
Em seu comunicado, a ONG alertou para os impactos negativos da corrupção no desenvolvimento sustentável, afirmando que ela perpetua as desigualdades tanto entre países quanto dentro deles. A organização destacou que, nos países do G20, o sigilo financeiro e a falta de transparência continuam a facilitar os fluxos financeiros ilícitos e a corrupção transnacional, um problema que tem sido tratado de forma marginal pelos líderes do grupo.
“Nos países do G20, o sigilo financeiro persistente, os facilitadores cúmplices e a insuficiente cooperação são fatores que favorecem a corrupção transnacional. Infelizmente, o G20 tem tratado a corrupção como uma questão de menor importância”, afirmou a Transparência Internacional. “Enquanto isso, os recursos que poderiam ser utilizados para financiar o desenvolvimento sustentável em países de baixa e média renda continuam sendo roubados, lavados e desviados para o exterior.”
A ONG fez uma série de exigências para os países do G20, incluindo o fim do sigilo financeiro, a implementação de regimes de transparência sobre os beneficiários finais das transações financeiras, e a criação de regulamentações mais eficazes para monitorar os agentes do sistema financeiro, como advogados, imobiliárias e formadores de empresas. Além disso, pediu o fortalecimento da cooperação internacional para prevenir e processar a corrupção que atravessa fronteiras.
“É hora de colocar a anticorrupção no centro da agenda do G20, com ações concretas e compromissos de alto nível. Caso contrário, continuaremos vendo uma corrupção sistêmica que prejudica a justiça social e o desenvolvimento econômico global”, concluiu a Transparência Internacional.