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**Evidências de Carnificina de Mamíferos Gigantes na Argentina Revelam Ocupação Humana de 21 Mil Anos**
Pesquisadores da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina, liderados por Mariano Del Papa, descobriram marcas de ferramentas em fósseis de grandes mamíferos na Argentina que podem representar algumas das mais antigas evidências conhecidas de ocupação humana no sul da América do Sul. O estudo, publicado em 17 de julho de 2024 na revista PLOS ONE, sugere que seres humanos estavam explorando grandes mamíferos na região há mais de 20 mil anos.
O momento da chegada dos primeiros humanos na América do Sul é um tema de intenso debate, com implicações significativas para a compreensão da dispersão humana nas Américas e do papel dos humanos na extinção de grandes mamíferos ao final da Época do Pleistoceno. Este debate é dificultado pela escassez de evidências arqueológicas diretas que comprovem a presença humana primitiva e suas interações com animais.
Neste estudo, os pesquisadores apresentam evidências de carnificina em fósseis de mamíferos do Pleistoceno encontrados nas margens do rio Reconquista, no nordeste da região do Pampeano, na Argentina. Os fósseis pertencem a um gliptodonte, um parente gigante dos tatus, conhecido como Neosclerocalyptus. A análise estatística das marcas de corte encontradas na pélvis, cauda e armadura do corpo sugere que foram feitas por ferramentas de pedra, seguindo uma sequência de esquartejamento focada em áreas de carne densa.
A datação por radiocarbono revelou que esses fósseis têm cerca de 21.000 anos, sendo quase seis mil anos mais antigos do que outras evidências arqueológicas conhecidas no sul da América do Sul. Esses achados são consistentes com outras descobertas recentes que indicam a presença humana precoce nas Américas há mais de 20.000 anos, e estão entre as mais antigas evidências de interação humana com grandes mamíferos pouco antes de sua extinção.
Miguel Delgado, autor correspondente do estudo, comentou: “As evidências deste estudo colocam em questão o marco temporal de 16 mil anos para o primeiro povoamento humano das Américas”. Os autores sugerem que escavações adicionais no local, uma análise mais aprofundada das marcas de corte e uma datação por radiocarbono mais extensa dos fósseis podem fornecer suporte adicional a essas descobertas.