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Todos os holofotes iluminam o presidente. Todos os microfones estão apontados para ele. Repórteres, em permanente estado de vigília, estão todos ávidos para registrar novas “aspas”: a reprodução literal de falas do chefe do executivo que, invariavelmente, estamparão manchetes explosivas na próxima atualização dos portais de notícias, pautarão as redes sociais e estarão presentes com destaque na escalada dos principais telejornais, nas vozes dos mais conhecidos âncoras.
Tem sido assim – e com mais frequência nas últimas semanas.
E Jair Bolsonaro não decepciona: fiel a seu, digamos, estilo, de quem sabe o objetivo, mas desconhece os caminhos, tem distribuído a granel toda sorte de declarações trôpegas, mal acabadas, não calculadas, confusas, controversas, parecendo estar o tempo todo pronto para gerar uma nova e desnecessária crise.
Há quem jure de pés juntos que é intencional e estratégico. E há quem ache que elegemos para a presidência o tiozão do churrasco.
Mas não é disso que deseja tratar este texto.
Personagem das mais fantasiosas e hilárias histórias que rolam pela internet, onde já é praticamente uma lenda (dizem, por exemplo, que ele saiu pra trabalhar há sete meses e não voltou mais pra casa), o incriticável ministro Tarcísio Gomes de Freitas é uma das figuras mais empolgantes da atual administração federal.
Avesso à política, passa longe – muito longe – das polêmicas desagradáveis, envolvendo filhos presidenciais, filósofos, intelectuais chapa-branca, ativistas virtuais, cavaleiros templários, guerras de narrativas.
Jovem (44 anos), mas experiente (está no governo desde 2011, tendo ocupado cargos durante os governos de Dilma Rousseff e Michel Temer), o servidor público de carreira e capitão do exército graduado em engenharia civil está, no momento, à frente de um ambicioso plano de privatizações e concessões na área de infraestrutura. Pretende revolucionar o transporte de cargas no Brasil, dobrando a utilização da malha ferroviária. É o homem destacado para dialogar com os caminhoneiros – e parece convicto de que conseguirá equacionar todas as questões relacionadas à categoria que se transformou, desde o evento de 2018, em uma permanente ameaça de paralisação do país.
Assertivo, seguro, com domínio total dos dados e números que sabe de memória, o ministro parece tão à vontade em entrevistas, quanto em suas constantes aparições supervisionando obras tocadas pelos batalhões de engenharia do exército em regiões ermas do país.
É o profissional certo, no lugar certo e no momento certo. Sem a politicagem e sem a roubalheira que marcaram o setor de infraestrutura nas últimas décadas. Sem os ímpetos populistas e as falas destemperadas do presidente.
Tarcísio só trabalha.
Ele é uma das razões pelas quais vale à pena termos paciência.