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Concebido para ser uma homenagem ao movimento sindical do ABC paulista e, por consequência, um local de culto à personalidade de seu mais célebre líder, o “Museu do Trabalhador”, em São Bernardo do Campo, começou a ser erguido em 2010, último ano do segundo mandato de Lula na Presidência da República. A iniciativa foi da prefeitura local, à época nas mãos do petista Luiz Marinho, mas os recursos previstos para o investimento eram 80% provenientes do governo federal.
Com previsão de estar pronta em 2013, a obra, para surpresa de ninguém, viu-se envolvida em denúncias de fraudes e desvios. Em 2015, quando o museu era um esqueleto abandonado em um terreno coberto de mato, Luiz Marinho, ainda prefeito, aguardava receber do governo federal – à época a presidente ainda era Dilma Rousseff – aditivos aos contratos para finalizar a obra. Mas em 2016 uma operação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal colocou fim à farra: pelo menos dezoito pessoas, entre agentes públicos e empresários, foram acusados do desvio de quase oito milhões; processos relativos à construção do templo de veneração a Lula ainda correm na Justiça.
Ontem foi anunciado o novo destino do lugar: autorizada pela Justiça a retomar as obras, a prefeitura de São Bernardo do Campo promete finalizar o espaço – ao custo de mais 4,5 milhões – até março do ano que vem; e, com investimentos do governo do Estado de São Paulo de mais 14 milhões em equipamentos, deverá ser inaugurada ali uma Fábrica de Cultura.
O local será gerido pelo governo do Estado, que entregará a execução de projetos culturais para uma Organização Social.
Na solenidade que marcou o início das obras, o governador João Doria não deixou de praticar um de seus esportes favoritos: sapatear sobre o cadáver político insepulto do presidiário mais famoso do Brasil.
— Aqui seria um museu inútil, para celebrar o culto a uma personalidade; mas não vamos perder tempo falando sobre isso – disse Doria, ao lado do atual prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando.