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A Polícia Federal está investigando o deputado federal Loester Trutis (PSL-MS) por supostamente forjar um atentado contra ele e um assessor, em fevereiro deste ano, para se promover politicamente.
A informação consta no processo da PF que autorizou uma operação que tinha como alvo o parlamentar.
Trutis acabou preso nesta quinta-feira (12) em flagrante por porte ilegal de arma de uso restrito, mas foi solto no mesmo dia por meio de um habeas corpus.
No processo consta que as investigações da PF apontam que não há indícios de que o ataque ocorreu, e a principal suspeita é que Trutis utilizou o episódio para se beneficiar.
Conforme a apuração, o deputado federal queria, na época, se lançar candidato a prefeito de Campo Grande e o fato poderia trazer visibilidade política. A candidatura, no entanto, não foi lançada a pedido da direção estadual do PSL e acabou indeferida pela Justiça Eleitoral.
Ainda na tarde desta quinta-feira (12), após a prisão em flagrante, a defesa de Trutis conseguiu um habeas corpus concedido pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ele foi solto.
Segundo relatório da Procuradoria Geral da República (PGR), a investigação excluiu a linha inicial de que o deputado teria sido vítima de um ataque e aponta contrariedades e inconsistências da versão informada à polícia pelo próprio parlamentar.
Foram essas divergências que levaram à suspeita de que o atentado contra a vida do parlamentar teria sido simulada, a “fim de promover a capitalização política dos acontecimentos”, com o fomento de “pautas” de interesse de seu mandato parlamentar.
O documento ainda autoriza a abertura de inquérito contra Trutis, e também contra o assessor que estaria com ele no momento do crime, o irmão do parlamentar e um outro integrante do PSL Todos são investigados pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, disparo de arma de fogo e comunicação falsa de crime.
A Operação em que o deputado é investigado cumpriu 10 mandados de busca e apreensão na tarde desta quinta, 9 em Mato Grosso do Sul e um em Brasília. Trutis só foi preso por causa do flagrante.
De acordo com relato do parlamentar à polícia na época, o carro em que estava com o assessor foi alvejado na manhã do dia 16 de fevereiro, na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia.
Na época, Trutis usou as redes sociais para divulgar o ocorrido e também disse que não daria entrevistas. Ele contou que seguia, com o seu motorista, de Campo Grande para Sidrolândia, quando ambos foram alvos de disparos. Eles identificaram ao menos cinco marcas de tiros no carro. Não houve feridos.
Trutis contou que, para se defender, revidou aos disparos e os suspeitos fugiram. O parlamentar e o motorista foram retirados da rodovia com apoio do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) de Mato Grosso do Sul.