Brasil

STJ decide hoje se Vale continuará recebendo milhões de reais por hidrelétrica soterrada em Mariana (MG)

Nesta quarta-feira (06), a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve decidir sobre uma ação na qual a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pede para travar os pagamentos que são feitos mensalmente à Hidrelétrica Risoleta Neves.

A usina pertence ao consórcio Candonga, que tem a Vale como a acionista majoritária. Ela não funciona desde 2015, quando foi soterrada pela lama originada pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG).

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Mesmo sem gerar um único watt, a Vale já recebeu cerca de R$ 485 milhões desde a tragédia, como se estivesse funcionando normalmente até hoje.

A hidrelétrica parou de funcionar em novembro de 2015, quando a Samarco protagonizou uma das maiores tragédias ambientais do planeta. A usina ficava no caminho da barragem do Fundão, que rompeu e causou a morte de 19 pessoas.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

A paralisação total da Risoleta Neves levou a Aneel, naturalmente, a pedir a suspensão dos pagamentos para a usina, já que a hidrelétrica não poderia gerar mais energia. A Vale, no entanto, não só recorreu do processo administrativo da agência como entrou na Justiça e conseguiu uma decisão que mantém, desde então, o pagamento ao consórcio Candonga.

Em abril deste ano, o caso chegou a ser incluído no plenário virtual do STJ, mas acabou sendo enviado ao colegiado antes de começar a ser analisado.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Na prática, todas as usinas pagam as mensalidades para a usina Risoleta Neves, um custo que, depois, é gradativamente repassado aos consumidores de energia do Brasil, por meio da conta de luz. Os dados da Aneel apontam que a situação já gerou prejuízo direto ao consumidor superior a R$ 160 milhões.

Foto: Dados compilados pela Aneel

Em parecer, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou a favor da paralisação dos pagamentos à usina da Vale. O órgão levou em consideração os dados apresentados pela Aneel, que apontam prejuízo aos consumidores, e também resgatou processo similar em que a Corte reconheceu a “ocorrência de grave lesão à ordem e à economia públicas”.

Em outubro do ano passado, o presidente do STJ, ministro Humberto Martins, que é relator do caso, rejeitou um recurso da Aneel e manteve os pagamentos requeridos pela Vale, com a manutenção da hidrelétrica no chamado Mecanismo de Realocação de Energia (MRE).

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

© 2024 Todos os direitos reservados Gazeta Brasil.

Sair da versão mobile