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O número de crianças de seis e sete anos no Brasil que não sabem ler e escrever cresceu 66,3% de 2019 para 2021 – explicitando um dos efeitos da pandemia de Covid-19 no ensino brasileiro. A análise foi divulgada, nesta terça-feira (08), pela organização Todos Pela Educação, com base nos dados da Pnad Contínua, feita pelo IBGE.
Ao todo, 2,4 milhões de crianças brasileiras não estão alfabetizadas nesta faixa etária. O número corresponde a quase metade (40,8%) do grupo inteiro.
“Os efeitos são graves e profundos, então não serão superados com ações pontuais. As Secretarias de Educação precisam oferecer um apoio muito bem estruturado à gestão escolar e aos professores, que já estão com imensos desafios”, destacou o líder de políticas educacionais da Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa, em comunicado divulgado à imprensa.
A nota técnica “Impactos da pandemia na alfabetização de crianças”, divulgada pela organização, declara que “a situação é preocupante em diversas dimensões”.
O documento ainda aponta que o aumento expressivo no número de crianças não-alfabetizadas no país tem impacto mais grave entre alunos negros e pobres. “As informações reportadas pelos respondentes da pesquisa do IBGE […] corroboram o que têm mostrado as avaliações de aprendizagem que Estados e Municípios vêm aplicando em seus estudantes”, afirma um trecho da nota técnica.
As desigualdades sociais e étnicas do país se refletem nos dados. Ao todo, 47,4% das crianças pretas não estão plenamente alfabetizadas; entre as pardas o índice é 44,5%. Já entre crianças brancas, o número atual é de 35,1%.
Quando avaliados os domicílios ricos do país, o índice é de 16,6%. Já entre os pobres, o número salta para 51%.