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Uma mulher que passou 72 anos em situação de exploração no Rio de Janeiro (RJ) é o caso mais longo de situação análoga à escravidão registrado no Brasil, segundo o Ministério do Trabalho.
A idosa foi resgatada há dois meses após uma denúncia anônima. De acordo com o órgão, a senhora passou a vida inteira trabalhando para a mesma família sem receber salários nem benefícios.
O órgão alerta que casos como o dela, 134 anos após a Abolição da Escravatura, não são raros.
“Ela não tem a noção que ela foi escravizada. Ela não tem. Ela não tem noção alguma disso”, afirmou Cristiane Lessa, assistente social e diretora do centro de recepção de idosos onde a mulher está abrigada.
A idosa, que não teve a identidade revelada para preservá-la, está aos cuidados da Prefeitura do Rio desde 15 de março, quando foi resgatada. Ela não casou, não teve filhos e perdeu o contato com os familiares.
Quando a mulher foi resgatada, ela trabalhava como cuidadora da dona da casa e dormia em um sofá, na entrada do quarto principal. Uma denúncia levou o Ministério do Trabalho até a casa, na Zona Norte da capital fluminense.
“Essa senhora, que os empregadores alegam que é da família — e não é —, fica absolutamente submissa. O empregador que fala por ela. Qualquer resposta que a gente solicita dela, é o empregador que responde. Os documentos dela não estão de posse dela mesma. O empregador que tem esses documentos”, contou Alexandre Lyra, auditor fiscal do trabalho.