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Ameaçado ao vivo pelo pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil (PSD), no último sábado (4), José Aparecido Martins, o DJ Veneno, fala com exclusividade ao jornal Gazeta Brasil sobre o episódio polêmico.
O ex-prefeito de Belo Horizonte participava de um programa da TV Capelinha, do Vale do Jequitinhonha (MG), quando perdeu o controle após ser questionado pelo entrevistador sobre uma dívida que ele teria como empresário. O pré-candidato não gostou da pergunta e chamou o profissional de “merdinha”, “banana” e “moleque”.
“Não grite comigo. Molecote! Está querendo aparecer em cima de mim. Quem é você? Não sei nem seu nome, nunca te vi. Aliás, se esse moleque continuar aqui, entreviste esse banana, esse merdinha que está aqui!”.
No auge do descontrole, Kalil disse que era mais fácil jogar o repórter pela janela do que sair “corrido” da entrevista.
“Corrido eu não saio, é mais fácil eu te jogar pela janela, moleque. Te pego e te jogo pela janela, moleque!”, gritou.
DJ Veneno conta que nunca havia passado por uma situação como essa e diz acreditar que a liberdade de imprensa corre risco.
“Nunca passei por situação semelhante, sou mais acostumado a conviver com pessoas mais equilibradas, mas entendo que quando uma pessoa não tem argumentos, ela grita e até faz ameaças pra mascarar a sua incapacidade”, afirmou.
Fernanda Salles: Como foi a sua reação diante dos ataques de Alexandre Kalil?
Fiquei tranquilo no momento, mas assustado com o desequilíbrio e despreparo de um candidato ao governo do Estado.
Fernanda Salles: Ele te insultou de várias formas, usou palavrões e afirmou que seria mais fácil “te jogar pela janela” do que sair correndo da entrevista. Você se sentiu ameaçado?
Acho que esse é um método usado por ele para intimidar as pessoas, inibindo assim a possibilidade de que as pessoas toquem em assuntos que não lhe agrada, fazendo assim que questões pertinentes e importantes não sejam abordadas.
Fernanda Salles: Você acredita que a atitude de Kalil coloca em risco a liberdade de imprensa?
Com toda certeza coloca em risco, pois os repórteres não terão coragem de fazer certas perguntas, com medo de represálias.
Fernanda Salles: Lula vem prometendo promover a “regulamentação” da mídia como plano de uma eventual vitória nas eleições. Agora Alexandre Kalil apareceu como pré-candidato de Lula em Minas Gerais. O que você acha dessa parceria entre os dois?
Acredito que os dois são bem parecidos em suas ações e conduta, e as pessoas ainda não têm noção do perigo disso pra todos nós, pois se eles alcançarem o poder, nem comentários simples nas redes sociais nós não teremos mais liberdade para fazer.
Fernanda Salles: Quem é DJ Veneno?
Nasci na roça, zona rural de Minas Novas, mas vim pra Capelinha ainda criança, aos 9 anos. Trabalho desde os 9 anos (e tenho orgulho disso). Vendia picolé na rua, engraxei sapatos, vendia na feira livre. Aos 11 anos já tinha um emprego fixo numa lanchonete. Fui recepcionista em um hotel e mais tarde me tornei representante comercial na empresa Martins atacadista; é minha atividade principal há mais de 15 anos. Trabalho também como DJ nos fins de semana e como repórter amador quando tem algum fato relevante na região.
Fernanda Salles: Se você se encontrasse novamente com Kalil o que diria para ele?
Se o senhor fosse um repórter e fizesse uma pergunta pra alguém, e essa pessoa o ameaçasse, o que o senhor faria?
Bom humor para lidar com as situações cotidianas
DJ Veneno, de 40 anos, tem mais de 15 mil seguidores em seu Instagram. Nas redes sociais, o mineiro trata de assuntos do dia a dia com bom humor e leveza.
Também foi com bom humor que o profissional reagiu às ameaças de Kalil. Quando o ex-presidente do Atlético Mineiro ameaçou jogá-lo pela janela, Veneno imediatamente respondeu: “Você está à vontade para fazer isso. Eu sou magrinho, acho que eu consigo flutuar”.
Nós tentamos contato com Alexandre Kalil, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta.