Um dos responsáveis pela investigação, o delegado Domingos Sávio Pinzon disse que a Polícia Federal (PF) não descarta “a hipótese de haver um mandante” no assassinato de Dom Philips e Bruno Pereira.
A declaração foi feita durante audiência das comissões do Senado e da Câmara dos Deputados que acompanham a investigação das mortes do indigenista e do jornalista britânico no Amazonas.
Pinzon relatou que existem contradições nos depoimentos dos três suspeitos presos. Os congressistas foram ao Vale do Javari nesta quinta-feira (30) para se reunir com lideranças indígenas.
“Não descartamos a hipótese de haver um mandante. É algo que é comentado na região. O momento agora é de apurar os indícios de contradições entre os depoimentos dos suspeitos”, afirmou Pinzon durante reunião comandada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-Ap) e pelo deputado federal José Ricardo (PT-AM).
A existência de um mandante não saiu da condução da investigação dos agentes. A PF atribui a uma “redação ruim”, a ideia disseminada, após os corpos de Dom e Bruno terem sido encontrados, de que o caso havia sido encerrado.
Uma fonte envolvida na apuração relatou à CNN Brasil que um possível mandante investigado fugiu da região, após o vazamento da informação.
A investigação das mortes acontece em conjunto com a PF, Polícia Civil e os ministérios públicos Estadual e Federal.
Entre os indícios analisados pelos investigadores, um deles é a relação entre pescadores ilegais de Tracajá e Tambaqui.
Eles atuam fortemente na área em que Bruno e Dom morreram e a hipótese, segundo a PF, é de estarem atuando em conjunto com traficantes de drogas presentes na região da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.