Morto após ser espancado no meio da rua no Guarujá, litoral sul paulista, na semana passada, o comerciante Osil Vicente Guedes, de 49 anos, é ex-Polícia Militar (PM) em Pernambuco e chegou a ser preso no estado, acusado de integrar um grupo de extermínio.
Osil morava em São Paulo e se apresentava como dono de uma empresa chamada Casa de Reciclagem. Ele foi linchado em 3 de maio e morreu no hospital quatro dias depois, deixando um filho de 9 anos.
A Polícia Civil do Guarujá, responsável por investigar a morte de Osil, descarta qualquer ligação do crime do qual o comerciante foi vítima com o histórico dele na PM pernambucana.
Inicialmente, policiais que atenderam a ocorrência e o delegado Rubens Eduardo Barazal, responsável pelo caso, relaram que a motivação para o espancamento de Osil Guedes havia sido uma falsa acusação de furto. Mas agora, após a polícia ter tido acesso a um áudio enviado pela vítima aos seus familiares, a polícia começa a investigar se o crime teria sido encomendado.
Durante entrevista à imprensa, o delegado Rubens Eduardo Barazal Teixeira, da Polícia Seccional de Santos, disse que a hipótese de linchamento já foi descartada pela polícia:
“A investigação, nesse momento, está na fase de conseguirmos delinear a motivação do crime porque surgiu, logo de início, uma motivação que foi desconstruída, ou seja, de ele ter sido o autor do furto de uma motocicleta e que teria sido espancado em razão de ser o ladrão, o que não corresponde à verdade. Essa hipótese foi desconstruída após a oitiva do proprietário da motocicleta e com o surgimento de outros fatos que foram surgindo no decorrer das investigações.”