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Um celular que continha provas de um suposto esquema de tráfico de influência no Poder Judiciário de Goiás desapareceu sob os cuidados de autoridades do estado. O aparelho, que pertencia ao advogado Marcus Aprígio Chaves, assassinado em 2020, foi requisitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigação, mas não foi localizado.
Segundo o portal Metrópoles, a PGR solicitou os celulares periciados na investigação do homicídio de Marcus e de seu colega, o advogado Frank Carvalhães. O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) afirmou que o aparelho em questão não consta no Núcleo Público Judicial. A Polícia Civil de Goiás também negou que o tenha.
As mensagens armazenadas no celular envolvem trocas de favores ilícitos entre Marcus, juízes, desembargadores e outros advogados. Os combinados envolviam promoções de carreira, cargos para parentes ou resoluções de processos. Em troca, Marcus era beneficiado assumindo casos milionários. O esquema envolveria membros do TJGO, além de tribunais do Distrito Federal, de Minas Gerais e até mesmo Tribunais Regionais Federais (TRFs).
Os dados estão em posse da Justiça desde 2021, mas o esquema não havia sido investigado até o momento.
Marcus e Frank foram mortos a tiros em outubro de 2020. Os suspeitos são Pedro Henrique Martins Soares e Jaberson Gomes. O primeiro foi preso em 30 de outubro, e o outro morreu em uma perseguição policial no mesmo dia.
A polícia aponta que o mandante dos homicídios é o fazendeiro Nei Castelli, também detido. Ele teria encomendado as mortes depois de perder um processo e ser condenado a pagar R$ 4,6 milhões a Marcus e Frank por honorários sucumbenciais. Castelli e Cosme Lompas também foram presos por intermediar a contratação dos executores.