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A movimentação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em busca de uma parte expressiva do território da vizinha Guiana, tem mantido o governo brasileiro em alerta. Inicialmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente do pequeno país sul-americano, Irfaan Ali, por telefone. Posteriormente, enviou seu principal assessor internacional, o ex-chanceler Celso Amorim, para um encontro com o presidente venezuelano em Caracas. O Brasil, que faz fronteira com ambos os países ao norte de Roraima, tem atuado como mediador por meio de diálogo com ambas as partes.
O Itamaraty sustenta que a disputa deve ser resolvida pacificamente, através de arbitragem por organismos internacionais. No entanto, o país tem tomado medidas adicionais. Nesta semana, o Exército brasileiro iniciou uma operação para reforçar a presença militar no estado de Roraima, na região de contato terrestre com os dois países. As ações incluem o aumento de efetivo na cidade de Pacaraima, ao norte do estado, e o envio de dezesseis Viaturas Blindadas Multitarefa 4×4 – Guaicurus para Boa Vista. Esses veículos devem chegar à capital de Roraima até 20 de dezembro e ficarão prontos para ação a cerca de três horas da região fronteiriça. Adicionalmente, a 1ª Brigada de Infantaria de Selva, em Roraima, com quase 2.000 militares, intensificou sua presença na faixa de contato com os países vizinhos. Em comunicado, a força terrestre brasileira informou estar em constante monitoramento e prontidão para garantir a inviolabilidade de nossas fronteiras.
Maduro enviou ao Legislativo projetos de lei para a criação do novo estado na região de Essequibo e autorizou estatais responsáveis pela exploração de petróleo e recursos minerais a criarem uma divisão para atuação na área reivindicada. Ele também anunciou a criação da Zona de Defesa da Essequiba Guiana, com nomeação de um general como única autoridade da área.
O posicionamento de Maduro vai de encontro ao que determinou a Corte Internacional de Justiça na sexta-feira. O órgão decidiu que a região de Essequibo deve permanecer sob o domínio da Guiana e proibiu a Venezuela de tomar qualquer atitude para a anexação do território.
O referendo organizado por Maduro para consultar a população sobre sua intenção de anexar o território rico em petróleo e recursos minerais, que representa cerca de 70% do território da Guiana, teve a participação de menos de 50% dos eleitores do país. Em votação que teve a participação de menos de 50% dos eleitores do país, 95% das pessoas que compareceram se posicionaram a favor da anexação do território.
A Guiana, assim como seus aliados Estados Unidos e Reino Unido, contesta as pretensões do chavismo e pretende levar a questão ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.