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A tradicional Feira de Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi proibida de funcionar pelo prefeito Eduardo Paes. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Município nesta terça-feira (23).
A feira, que funciona ao lado da estação do metrô do bairro desde os anos 1970, é conhecida por oferecer produtos bem abaixo dos preços do mercado. Por isso, foi apelidada de “roubatudo”.
Paes justificou a proibição alegando que a feira não possui autorização da prefeitura e teria ligação com organizações criminosas. Relatórios de inteligência da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) apontaram a ligação da feira com grupos criminosos envolvidos com o tráfico de drogas, roubos de cargas, furto de energia e contrabando.
O decreto também alega a necessidade do ordenamento e desosbstrução do espaço público; a necessidade do combate a eventos irregulares e sem autorização do município, a comercialização de produtos sem procedência e ao crime organizado.
Segundo o decreto, foi constatado, em toda a extensão do comércio, a venda de eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos, animais silvestres, alimentos não perecíveis, medicamentos, calçados, venenos para ratos e roupas de lojas de departamento pela metade do preço que consta na etiqueta. Há ainda estacionamento irregular, impactando o trânsito da Avenia Pastr Martin Luther King Jr.; quiosques irregulares; barracas de churrasco operando sem regulamento sanitário; banheiros químicos; food trucks e mesas espalhadas, dificultando a passagem de pedestres.
A publicação ainda destaca que, em 2023, 30% dos roubos de carga registrados no Brasil se concentraram no Rio de Janeiro, somando 3.225 casos, de acordo com indicadores do Instituto de Segurança Pública (ISP). Em 2022, o estado sofreu prejuízo de quase R$ 390 milhões por conta do mesmo crime, conforme levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Nas redes sociais, Paes disse que o secretário Brenno Carnevale foi orientado a se articular com as forças policiais para impedir a instalação da feira.