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A espera por doações de órgãos no Brasil atualmente abrange 42.447 indivíduos, conforme dados recentes do Ministério da Saúde divulgados através do Sistema Nacional de Transplantes. Os pacientes incluídos nesta lista são provenientes tanto do sistema público quanto do privado, sendo a sua posição determinada pela gravidade da condição, tempo de espera e compatibilidade sanguínea.
Do total de pacientes em espera, 92% aguardam por um rim, sendo que homens representam 59% e mulheres 41%. A ordem de prioridade na fila é predominantemente estabelecida pela data de inclusão, porém também são considerados critérios como gravidade da condição clínica e compatibilidade sanguínea com o doador.
Todos os indivíduos necessitados de transplante são incluídos na mesma lista gerenciada pelo SUS (Sistema Único de Saúde), sendo proibida por lei a compra ou venda de órgãos humanos no Brasil.
De acordo com informações do pneumologista José Eduardo Afonso Jr., que possui doutorado pela USP (Universidade de São Paulo), existem distintas filas de espera baseadas nos tipos sanguíneos A, O, B e AB. Cada tipo de órgão possui critérios específicos para priorização e distribuição, por exemplo, a compatibilidade imunológica é crucial para transplantes de rim.
Além disso, para transplantes de fígado, além da ordem cronológica, existe uma escala de gravidade conhecida como MELD, onde pacientes com pontuação mais alta são priorizados. Situações de emergência também podem levar à priorização de pacientes, como é o caso dos transplantes de coração, onde a gravidade da condição do paciente determina a prioridade, com aqueles que necessitam de suporte circulatório sendo considerados mais urgentes.
A médica nefrologista Géssika Marcelo Gomes, especialista em transplante renal na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), destaca que, apesar de alguns pacientes aguardarem até seis anos por um transplante renal, esse período pode variar dependendo das regras de alocação e critérios individuais.
É importante salientar que qualquer pessoa em hemodiálise por mais de três meses tem permissão para entrar na fila de espera por um transplante renal.
Os especialistas enfatizam a importância de comunicar à família o desejo de ser um doador de órgãos em vida, para que, após o falecimento, eles possam consentir com a doação. No Brasil, a doação de órgãos e tecidos só é permitida com a autorização familiar.
Os órgãos doados são destinados a pacientes na lista de espera por transplante, que é única e organizada por estado ou região, monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
Após o diagnóstico de morte encefálica, a família é consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos e tecidos. Essa decisão, embora difícil, pode oferecer esperança ao proporcionar uma nova chance de vida para aqueles que aguardam por um transplante.
É fundamental que a família esteja ciente do desejo do falecido de ser doador em vida, pois mesmo que alguém tenha expressado esse desejo, a doação só pode ser realizada com a autorização da família. Portanto, é importante que o desejo do falecido seja respeitado e a família esteja informada sobre o processo de doação e transplante.