Manaus ostenta o título nada honroso de capital com a pior qualidade do ar do Brasil em 2023, segundo o relatório Mundial da Qualidade do Ar. A seca histórica que atingiu o Amazonas e as frequentes queimadas florestais na região foram os principais responsáveis por essa triste realidade.
O mês de outubro foi o mais crítico, com a concentração de monóxido de carbono chegando a 53.6 ppm (partes por milhão), um nível extremamente prejudicial à saúde da população. Novembro também não ficou muito atrás, com 39.8 ppm.
A situação em Manaus não foi um caso isolado. Xapuri, no Acre, foi o município brasileiro com pior índice de poluição em 2023, evidenciando um problema sério que afeta todo o país.
Desmatamento e incêndios florestais: uma combinação letal
O desmatamento e os incêndios florestais na Amazônia foram os principais fatores que contribuíram para a piora da qualidade do ar em Manaus. Desde agosto de 2023, a cidade foi encoberta por uma nuvem cinzenta, com a população sofrendo os efeitos da intensa poluição.
Em outubro, a situação se agravou ainda mais, com a capital amazonense figurando entre as cidades com pior qualidade do ar do mundo. No mesmo período, o Amazonas registrava o pior outubro de queimadas dos últimos 25 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em setembro, o estado decretou emergência ambiental por conta do avanço das queimadas, que totalizaram mais de 9 mil focos de calor em apenas dois meses.
Seca agrava a situação
Além do desmatamento e das queimadas, a seca histórica que atingiu o Amazonas em 2023 também contribuiu para a piora da qualidade do ar em Manaus. Mais de 600 mil pessoas foram afetadas pelo fenômeno, que colocou todos os municípios do estado em situação de emergência.