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Um médico foi denunciado por importunação sexual por uma enfermeira em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo. Segundo relatos da enfermeira à Polícia Civil, o médico, identificado como Rogério Pedreiro, teria se aproximado por trás dela enquanto estava sentada em uma sala de ultrassom, tocando seus seios por dentro da roupa e beijando seu pescoço. A enfermeira alega ter pedido para que o médico se afastasse e ameaçado denunciá-lo, mas ele teria reagido com indiferença.
Rogério Pedreiro já tinha sido condenado e preso anteriormente por abuso sexual contra oito pacientes em 2019, além de ter sido preso em 2012 por acusações semelhantes envolvendo duas pacientes, mãe e filha.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que Rogério Pedreiro está sendo investigado por dois casos de importunação sexual registrados em março deste ano.
O não forneceu informações sobre se o médico é alvo de alguma sindicância ou investigação interna. Apesar de ter sido condenado por abuso em 2019, o registro profissional de Rogério Pedreiro permanece ativo tanto no Cremesp quanto no Conselho Federal de Medicina (CFM).
Questionado sobre a possibilidade de médicos condenados por abuso exercerem a profissão, o Cremesp respondeu que a condenação criminal não impede automaticamente o exercício da medicina, mas ressaltou que o processo ético-profissional pode levar à cassação do registro, dependendo da gravidade do caso.
Henderson Fürst, presidente da Comissão Especial de Bioética da OAB-SP, explicou que a condenação criminal não é suficiente para retirar o direito de exercício da medicina, sendo necessário um processo administrativo conduzido pelo Conselho Regional de Medicina.
Marinella Afonso de Almeida, advogada especialista em direito médico, destacou que os processos nos conselhos de medicina são sigilosos e que toda condenação que resulte em cassação passa por rigorosos procedimentos.
A empresa responsável pela contratação do médico, a Sigma Serviços de Imagem, afirmou que o médico foi afastado das atividades assim que souberam da denúncia e que não tinham conhecimento de seus antecedentes criminais. A empresa também alegou que a demissão da enfermeira não tem relação com a denúncia de assédio, mas sim com questões operacionais.
Tanto a Prefeitura de São Bernardo do Campo quanto a Fundação ABC, responsável pela contratação da empresa terceirizada, afirmaram que medidas foram tomadas para afastar o médico de suas funções e que não permitirão que ele atue na cidade. Ambas reforçaram o repúdio a crimes dessa natureza e garantiram empenho para que a justiça prevaleça.
