O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise sem precedentes devido às fortes chuvas que assolam a região desde o fim de abril. Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) nesta terça-feira (7), os estragos já acumulam um prejuízo estimado em R$ 4,6 bilhões.
O relatório da CNM revela que 99,8 mil residências foram danificadas ou destruídas, afetando 78% dos municípios do estado. No entanto, a CNM destaca que esse valor pode aumentar à medida que outros municípios reportem suas perdas, considerando que muitos ainda estão envolvidos em atividades de resgate e assistência emergencial às vítimas.
Dos R$ 4,6 bilhões em prejuízos, R$ 465,8 milhões estão relacionados ao setor público, enquanto R$ 756,5 milhões dizem respeito ao setor privado. A maioria dos danos, até o momento, concentra-se no setor habitacional, com R$ 3,4 bilhões em prejuízos e 99,8 mil casas afetadas.
Os setores privados mais afetados incluem a agricultura, com R$ 435 milhões em prejuízos, seguida pela pecuária com R$ 134,7 milhões e pela indústria com R$ 92 milhões. Comércios locais e demais serviços também registraram perdas significativas.
Já entre os setores públicos afetados, destacam-se os danos materiais em instalações públicas como escolas, hospitais e prefeituras, totalizando R$ 333,6 milhões em prejuízos. Além disso, obras de infraestrutura, sistema de transportes e assistência médica emergencial também sofreram danos expressivos.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, ex-prefeito do município gaúcho de Mariana Pimentel, fez um apelo pela liberação urgente de recursos. “O que temos até o momento são promessas, burocracias e uma população que resiste pelo seu próprio esforço e pela corrente de solidariedade”, declarou.
Ziulkoski ressaltou a necessidade de liberar recursos extraordinários aos municípios, sem um objeto pré-definido, para que os gestores tenham autonomia para definir a forma de aplicação que melhor atenda cada cenário vivenciado.
Os dados foram extraídos do S2iD, Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do Ministério do Desenvolvimento Regional. Segundo a Defesa Civil Estadual, 388 municípios foram afetados, sendo que 336 receberam reconhecimento de calamidade pública pelos governos estadual e federal. No entanto, 177 municípios ainda não forneceram dados sobre os prejuízos, evidenciando a extensão da crise no estado.
Prejuízos setoriais:
- Setor público: R$ 465,8 milhões (danos materiais em instalações públicas, obras de infraestrutura, sistemas de transporte, etc.)
- Setor privado: R$ 756,5 milhões (agricultura, pecuária, indústria, comércios locais, demais serviços)
- Setor habitacional: R$ 3,4 bilhões (99,8 mil casas danificadas ou destruídas)
Destaques:
- Agricultura: R$ 435 milhões em prejuízos
- Pecuária: R$ 134,7 milhões em prejuízos
- Indústria: R$ 92 milhões em prejuízos
- Comércios locais: R$ 37,5 milhões em prejuízos
- Danos em instalações públicas: R$ 333,6 milhões em prejuízos
- Obras de infraestrutura: R$ 91,3 milhões em prejuízos