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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fez um apelo nesta sexta-feira (10) por mais apoio do governo federal, em meio à crise desencadeada pelas devastadoras enchentes que assolam o estado. Em uma solicitação urgente, Leite pediu a suspensão imediata e prolongada do pagamento da dívida pública com a União, argumentando que esta medida é essencial para fornecer ao estado o fôlego financeiro necessário para a reconstrução.
“O estado precisa ter capacidade e fôlego financeiro. Para isso, estamos demandando a suspensão da dívida do estado, que consome grande parte do orçamento. Se não houver um apoio da União no sentido de deixar de demandar esses recursos para que eles possam ficar aqui na reconstrução. Por isso, insisto. Manifestei ao presidente da República essa demanda. Essa dívida tem que ser suspensa e precisa ser suspensa por um longo prazo — diz o governador”, afirmou Leite.
Segundo o governador, uma suspensão temporária da dívida foi oferecida, porém, ela não permitiria o planejamento adequado necessário para a reconstrução que o Rio Grande do Sul precisa urgentemente realizar.
Eduardo Leite enfatizou que a não suspensão da dívida afeta diretamente o planejamento estadual, prejudicando a capacidade de investimento e tomada de decisões estratégicas.
“Isso (a não suspensão da dívida) nos impede de fazer planejamento. Como podemos fazer um investimento sem saber se ano que vem estaremos ou não pagando a dívida? Não consigo planejar desde o presente. Se me disserem agora que serão dois anos, já consigo planejar desde lá. É muito importante que isso seja demandado com brevidade”, ressaltou o governador.
Enquanto o estado luta para se recuperar das consequências catastróficas das enchentes, a última atualização da Defesa Civil apresenta um cenário sombrio: 116 mortos, 756 feridos e 143 desaparecidos. O número de desabrigados atinge 70.772 pessoas, com mais de 337 mil desalojados.
A situação se agrava com a previsão de mais chuvas intensas para esta sexta-feira, conforme alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O Rio Grande do Sul enfrenta o desafio adicional do possível acúmulo de mais de 100 milímetros de chuva, complicando ainda mais os esforços de resgate e a situação das áreas já afetadas pelas enchentes.