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Caso Marielle: Ex-Chefe da Polícia Civil do Rio reafirma inocência em bilhete dirigido ao STF

Reprodução: TV Globo

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O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, novamente aproveitou o recebimento de um mandado de citação na Penitenciária Federal de Brasília para se comunicar com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Barbosa está preso sob suspeita de ter atuado para proteger os mandantes dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.

No documento, o delegado escreveu um bilhete em que afirma que o ex-policial militar Ronnie Lessa mentiu em sua delação premiada e negou conhecer o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão.

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O novo bilhete escrito pelo delegado Rivaldo Barbosa ao ministro Alexandre de Moraes — Foto: Reprodução

Imagem: Reprodução

“Aos exmos ministros, eu nunca falei com esses outros denunciados. O inquérito 901/00266/19 possui provas técnicas da mentira do assassino da vereadora Marielle e do motorista Anderson. No STJ, há uma decisão de que eu não participei das investigações”, escreveu Barbosa, referindo-se a um incidente de deslocamento de competência.

Em maio, o delegado já havia pedido em um bilhete também dirigido a Moraes para prestar depoimento à Polícia Federal. “Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus”, escreveu na ocasião.

Na semana seguinte, o ministro determinou a oitiva. Aos investigadores, o delegado afirmou sofrer uma “perseguição” e apontou supostas fragilidades no inquérito.

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Barbosa, assim como os irmãos Brazão, está preso preventivamente desde 24 de março. Os três agora são réus no STF por homicídio consumado, homicídio tentado e organização criminosa. Todos foram delatados por Lessa, executor confesso dos assassinatos de Marielle e Anderson, mas negam participação nos crimes.

Em um acordo de delação premiada firmado com a PF e a Procuradoria-Geral da República, Lessa relatou que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho, então vereador do Rio, demonstrou “descontrolada reação” à atuação de Marielle para “apertada votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016”.

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Segundo Lessa, o projeto buscava a regularização de um condomínio na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, sem respeitar o critério de área de interesse social, visando obter o título de propriedade para especulação imobiliária.

Nos depoimentos, Lessa ainda relatou que Barbosa foi uma peça-chave para que os homicídios fossem consumados a mando dos irmãos Brazão. Ao delegado, caberia garantir uma espécie de imunidade aos envolvidos, ou seja, de alguma forma o inquérito que se sucederia não poderia chegar aos responsáveis pela empreitada criminosa.

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Na denúncia apresentada, a PGR afirma que “a ordem para executar os homicídios foi dada por Domingos e Chiquinho” e que os dois defendiam os interesses de milícias “junto às instituições de Estado”.

O documento aponta que os irmãos Brazão informaram sobre o plano de matar a parlamentar a Barbosa, que teria usado sua autoridade como chefe de Polícia Civil “para oferecer a garantia necessária aos autores intelectuais do crime de que todos permaneceriam impunes”.

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“Acrescente-se que Rivaldo ocupava, ao tempo do planejamento do crime, a função de diretor da Divisão de Homicídios, tendo sido empossado, no dia imediatamente anterior às execuções, como chefe de Polícia Civil. Por isso, o seu aval era parte indispensável do plano elaborado pelos irmãos Brazão. Ele detinha o controle dos meios necessários para garantir a impunidade do crime”, escreveu o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateubriand Filho, na denúncia.

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