Na manhã desta segunda-feira (01), Anna Ramos Saicali, ex-diretora das Lojas Americanas, está prevista para desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos em um voo vindo de Lisboa, após ter sua prisão revogada pela Justiça Federal. Saicali, que estava na lista de foragidos internacionais da Interpol, deverá entregar seu passaporte à Polícia Federal (PF) ao retornar ao Brasil.
A decisão foi proferida pelo juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho atendendo a um pedido da PF, que vinha procurando Anna desde quinta-feira (27).
A Vara Federal anunciou também que removerá o nome da ex-diretora do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e informará a Interpol para retirá-la da lista de procurados da instituição, conhecida como Difusão Vermelha. Miguel Gutierrez, ex-CEO das Americanas, também estava na lista.
Em paralelo, a defesa de Gutierrez confirmou que ele foi solto na Espanha, onde reside em Madri desde 2023, um dia após sua prisão no contexto da operação Disclosure. Esta investiga uma fraude de R$ 25,3 bilhões no balanço patrimonial da rede varejista brasileira.
Segundo a defesa, Gutierrez compareceu voluntariamente às autoridades para esclarecimentos na sexta-feira (28) e negou as acusações, que chamou de “delações mentirosas”.
Gutierrez, cujo nome também estava na lista de Difusão Vermelha da Interpol, foi localizado pelo Centro de Cooperação Policial Internacional no Rio de Janeiro. Ele possui cidadania espanhola, o que levanta dúvidas sobre sua extradição para o Brasil.
Na semana passada, a PF realizou mandados de prisão e busca em 15 residências de ex-executivos das Americanas no Rio de Janeiro como parte da operação Disclosure. Anna Saicali e Gutierrez não foram encontrados naquele momento.
Além dos mandados de prisão, a Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores no montante de R$ 500 milhões relacionados ao caso.
Os ex-diretores são acusados pela PF de envolvimento em fraudes contábeis ligadas a operações de risco sacado, um método para antecipar pagamentos a fornecedores por meio de empréstimos bancários. As investigações contam com a colaboração da atual diretoria das Americanas.
