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A Polícia de Vitória prendeu um casal sob a acusação de estupro e compartilhamento de conteúdo de abuso sexual contra uma criança de dois anos e meio, com a mulher atuando como babá da vítima e perpetrando os abusos ao longo de aproximadamente um ano. Segundo as autoridades, a mulher regi
De acordo com a delegada adjunta Gabriella Zaché, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, o caso veio à tona após denúncia do pai e da madrasta da vítima, que notaram mudanças no comportamento da criança. Além da vítima, a babá também cuidava da irmã de seis anos da criança.
“A madrasta teve acesso ao telefone da babá e encontrou vídeos e fotos feitos ao longo de cerca de um ano, nos quais a babá fazia a criança manipular seus seios com as mãos e a boca”, detalhou Zaché.
Segundo a delegada, o namorado da babá solicitava diariamente mais vídeos da vítima. “Parecia que ele tinha desenvolvido uma fixação pela criança”, disse Zaché. A babá também levava as crianças para áreas comuns do prédio onde moravam, onde ocasionalmente encontravam-se com o suspeito, embora não haja registros de que ele tenha entrado no apartamento.
Embora exames médicos tenham descartado conjunção carnal, a polícia classifica o caso como estupro devido aos abusos sexuais cometidos.
“A evidência inicial sugere que não houve coação por parte do homem para que a babá cometesse os atos. Pelo contrário, parece que ela iniciou essa conduta, possivelmente para chamar a atenção dele, e ele se envolveu no crime ao solicitar insistentemente mais vídeos da criança”, acrescentou a delegada.
Denúncia
A descoberta ocorreu quando a madrasta, ao levar as crianças ao banheiro durante a noite, ouviu notificações no telefone utilizado pela babá para se comunicar com a família. Ao investigar, ela encontrou mensagens do namorado pedindo vídeos, mencionando o nome da menina.
“Ela clicou na mensagem e descobriu uma conversa que durou aproximadamente um ano, contendo uma grande quantidade de vídeos e fotos em que a babá fazia a criança manipular seus seios com as mãos e a boca. Esses vídeos eram enviados diretamente ao namorado, que insistia diariamente para que mais vídeos fossem enviados”, explicou a delegada.
Após a descoberta, a madrasta denunciou o caso à polícia e demitiu a babá. Os suspeitos, então, tentaram convencer os pais da vítima a não denunciar o caso, chegando a ir ao prédio no momento em que a criança chegava da escola, o que alarmou os pais e levou a polícia a pedir a prisão preventiva do casal.
O inquérito foi concluído na segunda-feira (15) e os dois foram indiciados por estupro de vulnerável e pelo registro e compartilhamento de imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes.
Os suspeitos foram localizados na residência do namorado, em Aribiri, Vila Velha, onde também foi realizada uma busca e apreensão de celulares. Os aparelhos serão periciados para verificar se o casal cometeu crimes semelhantes contra outras vítimas.
Em seu depoimento, a mulher alegou que os atos eram uma forma de brincadeira, mas a delegada enfatizou que os vídeos e fotos tinham um claro teor sexual. Já o homem preferiu não se manifestar e possui antecedentes policiais por violência contra mulheres, relatados por uma ex-namorada.
“Pelas conversas telefônicas, é possível perceber como ele tratava a babá, inclusive com xingamentos severos, e como ele insistia incessantemente por mais vídeos da criança”, disse Zaché.
A criança de seis anos testemunhou os abusos e a babá pediu para que ela não contasse a ninguém, segundo a polícia. Os suspeitos permanecem presos preventivamente enquanto aguardam o processo legal.