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Dois delegados de polícia foram alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) na manhã desta segunda-feira (29). Os agentes são acusados de solicitar R$ 5 mil de cada uma de duas vítimas para não investigar um suposto crime eleitoral ocorrido em 2022, na cidade de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio.
De acordo com o Gaeco, os delegados Júlio e Henrique, à época lotados na 151ª Delegacia de Polícia (DP) de Nova Friburgo, teriam exigido a propina das vítimas dentro das próprias dependências da delegacia, em novembro de 2022. A exigência teria sido feita para que os policiais não dessem andamento a um inquérito sobre um possível crime eleitoral.
Operação Aedos
A operação, denominada “Aedos” (que significa “vergonha” em grego), cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos delegados, tanto em Nova Friburgo quanto em Carmo. A ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Corregedoria de Polícia Civil.
Denúncia e transferência
As vítimas, após serem abordadas pelos delegados, procuraram a Corregedoria da Polícia Civil e o Ministério Público para denunciar o crime. Em decorrência das investigações, Henrique Pessoa foi transferido para a delegacia de Carmo no último dia 4, enquanto Júlio César Pyrrho permanece lotado em Nova Friburgo.
Defesa
Em nota, a defesa do delegado titular de Nova Friburgo, Henrique Paulo Mesquita Pessoa, afirmou que a operação causou “enorme perplexidade” ao cliente. “Apesar do grande desconforto gerado pelo cumprimento da medida extrema e desproporcional — que resultou apenas na apreensão de seu telefone celular, sem a descoberta de eventuais bens, documentos ou valores de cunho comprometedor —, o Dr. Henrique Pessoa está com a consciência tranquila e plenamente convencido de que provará a sua inocência no curso do processo”, diz a nota.