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A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) divulgou uma nota pública em resposta às declarações da influenciadora e advogada Deolane Bezerra, presa na última quarta-feira (4) em uma operação da Polícia Civil de Pernambuco. Após ser liberada no dia seguinte, Deolane afirmou em frente ao presídio que sua prisão foi “criminosa” e marcada por “abuso de autoridade” por parte do delegado responsável pela investigação, Paulo Gondim.
A Adepol, que representa delegados em todo o país, defendeu a atuação da Polícia Civil e repudiou os “ataques verbais” da influenciadora, que acumula mais de 21 milhões de seguidores nas redes sociais. A entidade ressaltou que a notoriedade de Deolane nas redes não deve influenciar as decisões judiciais ou policiais, e destacou a importância de se manter o foco nas investigações da Operação Integration, que apura esquemas de lavagem de dinheiro ligados a casas de apostas.
“A fama ou o poder econômico não devem ser usados para justificar impunidade ou para atacar o Sistema de Justiça Criminal”, afirmou a associação em sua nota.
A Adepol também sugeriu que Deolane seja alvo de uma nova investigação por possíveis crimes contra a honra e obstrução de justiça, após suas declarações públicas. A associação vê as falas da influenciadora como uma tentativa de desmoralizar as autoridades envolvidas no caso.
Desde 2022, a Operação Integration investiga a movimentação de cerca de R$ 3 bilhões provenientes de jogos ilegais, como o jogo do bicho e apostas online. A operação, em parceria com o Ministério Público e o Tribunal de Justiça de Pernambuco, já cumpriu diversos mandados de prisão e apreensão, incluindo a prisão de Deolane e sua mãe.
Na última segunda-feira (9), a influenciadora havia conseguido converter sua prisão preventiva em prisão domiciliar, mas foi novamente detida após descumprir as medidas impostas pela Justiça, que proibiam sua manifestação pública sobre o caso. Ao dar declarações à imprensa e publicar nas redes sociais, Deolane violou as regras estabelecidas, resultando na revogação de sua prisão domiciliar e seu retorno à cadeia nesta terça-feira (10).
Abaixo a íntegra da nota de repúdio:
A ADEPOL DO BRASIL publicamente se manifesta em defesa da Polícia Civil de Pernambuco e, especificamente, ao trabalho conduzido com rigor técnico e legal do Delegado de Polícia Paulo gondim, tendo em vista os ataques verbais e devaneios produzidos pela investigada e submetida a medidas cautelares judicialmente expedidas, Deolane Bezerra, presa em operação deflagrada no dia 04 de setembro.
Ademais, a Adepol do Brasil pugna pela aplicação rigorosa da legalidade neste caso e inclusive deflagração de outra investigação específica por eventual prática obstrução de apuração de organização criminosa (artigo 2°, parágrafo 1° da Lei 12850/2013) e crime qualificado contra a honra (artigo 138 c/c art.141, II do Código Penal) do Delegado de Polícia e outras autoridades inaceitavelmente agredidas verbalmente pela investigada supra mencionada.
Lembremos que o poder econômico ou sentimento de status social por visibilidade midiática não devem ser fatores para justificação de escusas para prática de delitos nem sequer justificação para impunidade ou para afrontar o Sistema de Justiça Criminal.
Que a sociedade brasileira repudie este tipo de conduta antissocial e atentatória às instituições encarregadas de aplicação da lei no Brasil, pois sem um Estado de Direito efetivo não haverá democracia e sequer o funcionamento básico do regime republicano.
A ADEPOL DO BRASIL, juntamente com sua entidade parceira e cooperada ADEPPE (Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco), prestará todo apoio ao Delegado de Polícia Paulo Gondim e à instituição policial civil nesta investigação de alta relevância social para milhares de vítimas.
ADEPOL DO BRASIL
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Nota de Apoio ao Delegado Paulo Gondim.
A Associação dos Delegados expressa seu total apoio ao Delegado Paulo Gondim, responsável pela Investigação Policial que culminou na operação INTEGRATION.
Desde 2022, essa operação vem coletando provas de maneira meticulosa, sempre sob o atento acompanhamento do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Registre-se que, Conforme as Leis 12.830 e 14.735, o delegado possui atribuição e autonomia para solicitar as medidas cautelares necessárias à completa elucidação dos fatos e à coleta probatória, agindo de acordo com seu livre convencimento técnico-jurídico.
A operação INTEGRATION marca um avanço significativo na investigação criminal, evidenciando a competência e o compromisso do Delegado Paulo Gondim e sua equipe com a justiça e a verdade.
Além disso, a Polícia Civil de Pernambuco tem sido vanguardista em operações de inteligência e combate à lavagem de dinheiro, exportando técnicas e expertise para outras polícias judiciárias.
Por fim, realizar operações dessa magnitude requer mais do que palavras; é preciso coragem e habilidade, qualidades que nem todos têm a oportunidade de demonstrar.