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O Brasil fechou setembro com 83.157 focos de incêndio, registrando o pior mês do ano em queimadas até o momento, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (1º) pelo BDQueimadas, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No acumulado de 2024, já foram contabilizadas 210.208 ocorrências.
Mato Grosso liderou o ranking de focos de incêndio em setembro, com 19.964 registros, representando 24% do total. Em seguida, aparecem Pará, com 17.434 ocorrências (21%), e Amazonas, com 6.879 (8,3%). Este foi o setembro com mais queimadas desde 2010, quando 109.030 focos foram contabilizados.
Em relação a setembro do ano passado, quando houve 46.498 focos, o aumento foi de 78,74%. Historicamente, setembro é o mês com mais queimadas no Brasil, tendência que se estende até outubro.
Na última segunda (30), o país registrava 966 focos de incêndio, sendo que o Cerrado concentrou 473 desses casos, correspondendo a 94% do total. O Pará liderou com 134 focos em 24 horas, seguido pela Bahia (133) e Minas Gerais (113).
Entre os seis biomas brasileiros, cinco registraram focos de incêndio. A Amazônia teve o segundo maior número, com 288 ocorrências, representando 29,8% do total.
Além do aumento nos focos de incêndio, o Brasil enfrenta uma seca histórica, a pior dos últimos 44 anos, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A estiagem, comum no inverno, começou em junho e vai até o fim de setembro, mas a intensidade este ano é atípica. O cenário foi agravado por dois fatores principais: fortes ondas de calor, com seis registradas desde o início da temporada, e a antecipação da seca, que começou antes do inverno em algumas regiões, como na Amazônia, onde a estiagem se intensificou no início de junho, um mês antes do previsto.
Na Amazônia, a seca assume proporções alarmantes, com municípios enfrentando quase um ano de estiagem, a mais longa já registrada. Três fatores explicam o fenômeno: a intensidade do El Niño, que afetou o regime de chuvas; o aquecimento anormal das águas do Atlântico Tropical Norte, cuja temperatura subiu entre 1,2 °C e 1,4 °C entre 2023 e 2024; e as temperaturas globais recordes, com julho de 2024 sendo o mês mais quente da história, o que intensifica as ondas de calor.