Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O Brasil registrava na quarta-feira (16) um total de 267 focos de incêndio, conforme dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta quinta-feira (17). O número reflete uma redução em relação aos dias anteriores, quando o país teve 994 ocorrências no domingo (13) e 643 na segunda-feira (14). Na terça-feira (15), o índice voltou a crescer, atingindo 913 focos.
Os incêndios foram detectados em todos os seis biomas brasileiros na quarta-feira (16). A Amazônia concentrou a maior parte dos focos, com 127, o que representa 47,6% do total. Mato Grosso registrou o maior número de queimadas no período de 24 horas, com 74 focos, seguido pelo Amazonas, com 41, e pelo Pará, com 27.
O mês de agosto de 2024 foi o pior para queimadas em 14 anos no Brasil, com 68.635 focos, o quinto maior número da série histórica iniciada em 1998. Este valor representou um aumento de 144% em relação ao mesmo período de 2023. Em setembro, o país contabilizou 83.157 focos de incêndio, tornando-se o mês mais crítico de 2024 em número de queimadas. Esse foi também o setembro mais grave desde 2010, quando ocorreram 109.030 focos. Comparado a 2023, quando setembro registrou 46.498 pontos de fogo, o aumento foi de 78,74%. Tradicionalmente, este é o mês em que o Brasil observa o pico das queimadas, que se estende até outubro.
No acumulado de outubro, já são registrados 18.264 focos de incêndio. Em 2024, o país soma 228.472 ocorrências do tipo. Além do aumento das queimadas, o Brasil enfrenta uma seca histórica, considerada a mais severa dos últimos 75 anos, segundo o Instituto Chico Mendes da Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
A seca, que afeta grande parte dos municípios, é característica do inverno brasileiro, iniciado em junho e que dura até o final de setembro. Neste ano, no entanto, a intensidade é atípica. Dois fatores principais influenciam o cenário: as fortes ondas de calor — seis desde o início da temporada, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) —, e a antecipação da seca em algumas regiões do país, que começou antes do inverno. Na Amazônia, por exemplo, a estiagem se intensificou quase um mês antes do esperado, ainda no início de junho.
Na Amazônia, a seca tem se agravado, com os municípios enfrentando cerca de um ano de estiagem, a mais longa já registrada. Três fatores principais explicam o fenômeno: a intensidade do El Niño, que afetou o regime de chuvas; o aquecimento anômalo das águas do Atlântico Tropical Norte, onde as temperaturas marítimas aumentaram entre 1,2 °C e 1,4 °C em 2023 e 2024; e as temperaturas globais recordes, com o mundo registrando em julho o recorde de maior temperatura da história. Esse contexto favorece a ocorrência de ondas de calor intensas.