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A Polícia Federal (PF) indiciou Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como mandante dos assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorridos em junho de 2022 no Vale do Javari, no Amazonas. O indiciamento foi formalizado em um documento encaminhado à Justiça na última sexta-feira (1º).
Rubén é um dos nove indiciados na investigação, mas é o único a ser apontado como mandante do crime. Ele também enfrenta investigações por atividades de pesca ilegal e tráfico de drogas. Segundo a PF, “Colômbia” forneceu os cartuchos utilizados no crime, financiou as atividades da organização criminosa e coordenou a ocultação dos corpos das vítimas.
A atuação de Rubén na pesca ilegal em terras indígenas da região do Vale do Javari foi um dos fatores que motivaram os assassinatos. Ele foi preso em flagrante em julho de 2022 após apresentar um documento falso à PF, quando tentou negar seu envolvimento no caso.
Além de Rubén, outros oito indivíduos foram indiciados por crimes relacionados aos homicídios e à ocultação dos corpos. Entre os principais acusados estão Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, Jefferson da Silva Lima, “Pelado da Dinha”, e Oseney da Costa de Oliveira, “Dos Santos”, que são considerados os executores do crime. Amarildo e Jefferson enfrentarão júri popular, enquanto a denúncia contra “Dos Santos” foi negada pela Justiça de primeira instância, levando o Ministério Público Federal (MPF) a recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.
O relatório final do inquérito destaca que a atuação de Bruno Pereira em defesa dos direitos indígenas e da preservação ambiental foi uma das principais motivações para os assassinatos. A PF também sublinhou a conexão entre a criminalidade organizada na região de Atalaia do Norte e a pesca predatória, revelando ameaças tanto a servidores de proteção ambiental quanto a populações indígenas locais.
A denúncia do MPF detalha que os disparos foram direcionados a Bruno Pereira e que a morte de Dom Phillips ocorreu para garantir a impunidade do crime. Amarildo, que confessou sua participação, indicou o local dos corpos e afirmou ter feito comentários sobre a execução junto ao cúmplice, Jefferson. A Procuradoria enfatiza que a decisão de assassinar Bruno foi motivada por um desentendimento fútil, resultante de uma fotografia tirada pela vítima, que expôs a ilegalidade das atividades de pesca de Amarildo.