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O Ministério Público (MP) deflagrou nesta quarta-feira (11) a 13ª fase da Operação Leite Compensado, com o objetivo de combater a adulteração de produtos lácteos em uma fábrica da Dielat, localizada em Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A investigação apura a utilização de substâncias químicas para disfarçar a deterioração de laticínios. Até o momento, cinco pessoas foram presas.
Segundo o MP, a Dielat possui ampla distribuição de produtos no Brasil e exporta para a Venezuela. A empresa também venceu licitações para fornecer laticínios a escolas e outros órgãos públicos. No mercado brasileiro, suas marcas incluem Mega Lac, Mega Milk, Tentação e Cootall, enquanto na Venezuela os produtos são comercializados com o nome Tigo.
Entre os detidos, estão Antonio Ricardo Colombo Sader, sócio-proprietário da empresa; Tales Bardo Laurindo, diretor; Gustavo Lauck, supervisor; e Sérgio Alberto Seewald, engenheiro químico. Este último, apelidado de “alquimista” ou “mago do leite”, é apontado como figura central nas fraudes investigadas em etapas anteriores da operação. Uma quinta pessoa, uma mulher acusada de orientar funcionários a eliminarem provas, foi presa em flagrante.
De acordo com os promotores, a investigação identificou o uso de soda cáustica e água oxigenada em produtos como leite UHT, leite em pó e compostos lácteos. Essas substâncias, perigosas à saúde, teriam sido utilizadas para reprocessar itens vencidos e recuperar produtos deteriorados. As fórmulas fraudulentas, segundo o promotor Mauro Rockenbach, se tornaram mais sofisticadas, dificultando a detecção pelas fiscalizações iniciais de órgãos ligados ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Além dos mandados de prisão, a operação incluiu o cumprimento de 16 ordens de busca e apreensão em cidades como Taquara, Parobé, Três Coroas, Imbé e São Paulo. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) confirmou que ao menos sete cidades do Rio Grande do Sul receberam leite da Dielat para merenda escolar entre 2019 e 2023, incluindo Porto Alegre, Taquara e Gravataí.
Sérgio Seewald já havia sido alvo da operação em 2014, por práticas semelhantes em outra indústria de laticínios, e foi absolvido de uma condenação anterior, de 2005. Há dois anos, aguarda a instalação de tornozeleira eletrônica, determinada pela Justiça de Teutônia. Sua defesa nega qualquer vínculo com a Dielat, afirmando tratar-se de “uma criação de fatos por parte do Ministério Público”.
Exames laboratoriais mais detalhados estão em andamento para identificar os lotes contaminados. As autoridades reforçam a necessidade de maior fiscalização para evitar que práticas como essas continuem colocando a saúde da população em risco.