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A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (4) a operação “Asfixia”, visando desarticular um esquema criminoso de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os alvos da ação está Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira, conhecida como “Dama do Crime”, apontada como líder de uma célula da facção no Tocantins.
Segundo a investigação, Lúcia desempenhava o papel de elo entre traficantes locais e os líderes da facção em São Paulo. O grupo teria movimentado cerca de R$ 20 milhões nos últimos dois anos, atuando também no Piauí, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte. Além do tráfico de drogas, a organização é suspeita de distribuir armas de origem turca para facções rivais, fomentando conflitos violentos nos estados onde operava.
Estrutura criminosa sofisticada
A investigação revelou que o grupo de Lúcia operava com uma estrutura hierárquica semelhante a uma empresa, possuindo setores de direção, gerência, transporte, finanças e vendas. A líder, que usava os codinomes “Dama” e “Larissa”, coordenava as operações e organizava um consórcio de traficantes locais, chamado “Lojistas Tocantins”.
Esse grupo comprava drogas de forma coletiva dos líderes paulistas e repassava os valores arrecadados. Conversas interceptadas pela polícia mostram Lúcia cobrando relatórios diários das vendas e promovendo auditorias entre os membros do consórcio. Em mensagens de maio deste ano, ela chegou a ordenar ataques contra rivais que estavam “embaçando a quebrada”.
Prisões e apreensões
A operação ocorreu simultaneamente em Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional, além de Praia Grande (SP) e Barueri (SP). No total, 15 pessoas foram presas, sendo dez no Tocantins e cinco em São Paulo. Outros dois suspeitos seguem foragidos.
Durante as buscas, os agentes apreenderam celulares, máquinas de cartão, documentos contábeis do tráfico e mais de R$ 16 mil em dinheiro. A Justiça também determinou o bloqueio de 20 contas bancárias ligadas ao esquema.
Histórico de prisões
Lúcia Gabriela foi presa inicialmente em julho de 2024 com mais de R$ 300 mil em drogas, mas obteve habeas corpus sob a alegação de ser a única responsável pelo filho de quatro anos. Após ser solta, segundo a polícia, ela debochou da situação nas redes sociais.
Poucos meses depois, em dezembro, foi novamente detida em outra operação e permaneceu na penitenciária do Tocantins. Agora, além de uma nova ordem de prisão preventiva, teve seus bens bloqueados e seu sigilo bancário quebrado pela Justiça.
A defesa da acusada afirmou que está apurando as novas acusações e deve se manifestar em breve.
Impacto da operação
De acordo com o delegado Alexander Costa, da Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc-Palmas), a “Operação Asfixia” tem como principal objetivo desarticular a rede financeira da facção. “Apreendemos armas, documentos e realizamos prisões estratégicas para enfraquecer essa estrutura criminosa”, destacou.
