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O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SMTTrusp) votou de forma unânime em uma assembleia realizada nesta sexta-feira, 28, pela aprovação de uma greve que terá início à meia-noite de terça para quarta-feira da próxima semana, dia 3. A decisão afetará todas as garagens e terminais do sistema de transporte local.
Conforme a legislação vigente, a categoria cumpriu o prazo mínimo de 72 horas úteis para comunicar a intenção de paralisação. Não há previsão de nova assembleia para ratificar a greve, que poderá ser adiada caso o sindicato patronal apresente uma proposta satisfatória.
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão um reajuste salarial de 3,69% conforme o IPCA (inflação oficial), mais 5% de aumento real, e a reposição das perdas salariais durante a pandemia, calculadas em 2,46% pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As empresas ofereceram um aumento de 2,77% com base no Salariômetro de setembro.
Um dos pontos cruciais para os trabalhadores é a redução da jornada de trabalho. A proposta inclui 7 horas efetivas (6h30 de trabalho mais 30 minutos de descanso e refeição) ou 6 horas de trabalho com 1 hora remunerada. Atualmente, os motoristas têm jornada de 7 horas sem o descanso remunerado.
Além disso, o sindicato demanda a ampliação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reajuste do valor do tíquete para R$ 38, uma cesta básica com produtos de qualidade e a eliminação do termo “similar”.
Outras exigências incluem um aumento de 17% no seguro de vida, garantindo cobertura de dez salários mínimos conforme estabelece a Lei nº 12.619 (lei do motorista), melhorias nos convênios médico e odontológico, revisão dos valores do auxílio funeral, e a criação de um cartão para uso em situações de emergência.
Adiamento Anterior e Atual Estado de Greve
No início deste mês, a categoria adiou uma greve prevista para 7 de julho após uma reunião mediada pela Justiça do Trabalho entre os motoristas e as empresas de ônibus. As negociações foram reabertas quanto ao reajuste salarial dos trabalhadores, suspendendo qualquer possibilidade de greve até 30 de junho.
Durante esse período, motoristas, cobradores e trabalhadores da manutenção permaneceram em estado de greve, organizando mobilizações junto à categoria.