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Uma semana após a morte do motorista de aplicativo, Celso Araujo Sampaio de Novais, vítima de bala perdida durante um ataque no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a viúva, Simone Novais, declarou que buscará reparação na Justiça. Celso foi atingido no dia 11 de novembro, enquanto estava no local do atentado contra o delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), Antônio Vinícius Gritzbach. Simone afirma que ainda não foi procurada por nenhum representante do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e que a falta de apoio das autoridades aumentou sua dor.
Em entrevista ao portal UOL, Simone, de 41 anos, expressou sua indignação: “Meu marido era um trabalhador, suava dia e noite para pagar as contas da família. Um inocente que morreu vítima da violência, e ninguém me ligou para dar os pêsames ou para oferecer ajuda psicológica para mim e meus filhos. Pretendo, sim, buscar os meus direitos”, afirmou.
Simone, que é servidora pública e ganha dois salários-mínimos como assistente de saúde da prefeitura de São Paulo, diz que a perda de Celso afetou profundamente sua vida emocional e financeira. Ela revela que, desde a morte do marido, não consegue descansar ou se alimentar corretamente, refletindo sobre como manter a casa e criar seus três filhos, que têm 20, 13 e 3 anos. Celso, de 41 anos, era casado com Simone há 21 anos e tinha uma renda mensal de R$ 8 mil.
“Para comprar um caixão e enterrar meu marido de forma decente, aceitei a ajuda de uma vaquinha aberta entre os colegas de trabalho. Desse dinheiro, sobraram R$ 980. Corri para o mercado para garantir o alimento dentro de casa pra ninguém passar fome. Como vou sobreviver com dois salários-mínimos e três filhos pra criar?”, desabafou Simone.
A situação financeira da viúva está ainda mais complicada devido a um financiamento de veículo que Celso havia adquirido. O carro, um Jeep Renegade, ainda está sendo pago em 24 parcelas, das quais apenas sete foram quitadas. Simone descobriu recentemente que o IPVA do veículo está em atraso, o que agravou ainda mais sua angústia. “Descobri agora que o IPVA está em atraso, acho que ele não me contou pra não me deixar nervosa. Como vou quitar a dívida de R$ 57 mil? Foi uma amiga que emprestou o nome para a gente tirar o carro. Só me resta devolver ao banco e perder tudo que já pagamos”, relatou.
Além da situação financeira, Simone também destacou o trauma emocional que os filhos sofreram com a perda do pai. “Os três meninos estão com medo de andar sozinhos”, contou, refletindo o impacto psicológico da tragédia.
Celso foi atingido nas costas por um disparo de fuzil durante o ataque que também vitimou Antônio Vinícius Lopes Gritzbach. Ele foi internado na UTI do Hospital Geral de Guarulhos, onde sofreu grandes perdas de sangue e teve um rim e metade do fígado comprometidos pelos ferimentos. Apesar dos esforços médicos, Celso não resistiu aos ferimentos e veio a falecer.
Fontes próximas à investigação confirmaram que Gritzbach, alvo do atentado, era um delator do PCC e que a facção oferecia uma recompensa de R$ 3 milhões pela sua morte.
Simone agora busca justiça não apenas pela perda do marido, mas também pelo descaso das autoridades, e promete lutar por seus direitos e os de seus filhos.