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Justiça extradição WikiLeaks Julian Assange EUA
Nesta segunda-feira, a Justiça britânica decidiu não acatar o pedido feito pelos Estados Unidos para a extradição do fundador do Wikileaks, Julian Assange.
De acordo com a corte britânica, seria “opressivo” extraditar o australiano diante de seu estado de saúde demasiadamente frágil e do risco substantivo de suicídio.
“Eu considero que a condição mental do senhor Assange é tão severa que seria opressivo extraditá-lo para os Estados Unidos”, leu a juíza Vanessa Baraitser ao fim da audiência de uma hora, da qual o réu participou presencialmente.
Nos EUA, Assange enfrenta 18 acusações que envolvem conspiração para obter e divulgar, entre 2010 e 2011, mais de 250 mil telegramas diplomáticos e cerca de 500 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares no Iraque e no Afeganistão durante a chamada “guerra ao terror”. Se condenado, pode ter uma pena de até 175 anos de prisão.
A defesa de Assange afirma que as acusações tratam-se de uma perseguição política e põe em xeque o livre trabalho jornalístico. As denúncias apresentadas pelos advogados americanos, contudo, foram praticamente todas endossadas pela Justiça britânica, algo visto com preocupação por ativistas dos direitos civis.
Os americanos anunciaram imediatamente que irão recorrer do veredicto e a defesa indicou que entrará com um pedido para que o australiano seja liberado sob fiança, mas até lá ele continuará em detenção.
Os trâmites ainda devem se prorrogar por meses ou anos diante das possibilidades de recurso em instâncias intermediárias e, posteriormente, na Suprema Corte britânica.
Segundo a juíza Vanessa Baraitser, a defesa provou que o réu sofre de depressão severa e estaria em alto risco de tirar sua própria vida caso fosse extraditado.
De acordo com testemunhas e com seus advogados, ele teria revelado pensamentos suicidas e uma lâmina foi encontrada em sua cela na prisão de Belmarsh, em Londres. Ele também teria deixado um testamento pronto.