O CEO da OpenAI, empresa que desenvolveu o ChatGPT, pediu aos legisladores dos EUA a estabelecer regulamentos para inteligência artificial. Sam Altman alertou na terça-feira (16) que a tecnologia “pode dar muito errado” e comparou o advento dos programas de IA à invenção da imprensa.
Durante uma audiência de cinco horas no Comitê Judiciário do Senado, o inventor do ChatGPT foi questionado sobre os perigos potenciais dos chatbots de IA e sua capacidade de remodelar a história humana. Altman admitiu que seu maior medo é que “danos significativos” possam ser causados pela tecnologia.
“Se essa tecnologia der errado, pode dar muito errado, e queremos ser sinceros sobre isso”, disse ele, acrescentando que a OpenAI está tentando “trabalhar com o governo para impedir que isso aconteça”.
Os senadores questionaram Altman sobre as ameaças específicas representadas pelo ChatGPT e modelos semelhantes, com Josh Hawley, do Missouri, perguntando se a tecnologia poderia influenciar as eleições.
“Devemos nos preocupar com modelos que podem prever a opinião da pesquisa e, em seguida, ajudar organizações e entidades a ajustar estratégias para obter comportamentos dos eleitores?” Hawley perguntou.
Em resposta, Altman afirmou que os poderes de persuasão da IA eram uma de suas “maiores áreas de preocupação”, insistindo que um trabalho significativo deve ser feito para regular a tecnologia antes das eleições presidenciais de 2024 nos EUA.
O senador Richard Blumenthal, de Connecticut, observou os perigos potenciais representados pela IA para o mercado de trabalho, chamando-a de “o maior pesadelo” enfrentado pelo público.
Altman admitiu que algumas profissões acabariam sendo automatizadas, mas argumentou que novos empregos também seriam criados à medida que a tecnologia avançasse.
A audiência de terça-feira foi a primeira de uma série planejada com o objetivo de encontrar maneiras de regular programas de IA como o ChatGPT. Desde o seu lançamento no final do ano passado, o aplicativo se tornou o que mais cresceu na história, ultrapassando 100 milhões de usuários em apenas dois meses. Em meio a temores de que a IA possa ficar fora de controle em breve, os legisladores dos EUA enfatizaram que as medidas para controlá-la deveriam ter sido desenvolvidas há muito tempo.
No início deste mês, o “padrinho da IA” Geoffrey Hinton alertou que o advento da inteligência artificial representava uma ameaça “mais urgente” para a humanidade do que a mudança climática. Outros líderes da indústria de tecnologia, incluindo o CEO da Tesla, Elon Musk, e o cofundador da Apple, Steve Wozniak, também assinaram uma carta aberta em março alertando sobre as possíveis ramificações de uma corrida armamentista de IA não regulamentada. Eles pediram ao Vale do Silício que impusesse uma pausa de seis meses no desenvolvimento da tecnologia.
