A Real Academia Sueca de Ciências concedeu nesta quarta-feira (4) o Prêmio Nobel de Química de 2023 aos cientistas Moungi G. Bawendi, Louis E. Brus e Alexei I. Ekimov “pela descoberta e síntese de pontos quânticos”.
O Prêmio Nobel de Química de 2023 “premia a descoberta e o desenvolvimento de pontos quânticos, nanopartículas tão minúsculas que seu tamanho determina suas propriedades”, afirmou a conta oficial do Prêmio Nobel nas redes sociais.
“Essas partículas têm propriedades únicas e agora difundem sua luz das telas de televisão e das lâmpadas LED. Elas catalisam reações químicas e sua luz clara pode iluminar o tecido tumoral para um cirurgião”, continuou.
“Os pesquisadores usaram principalmente pontos quânticos para criar luz colorida. Eles acreditam que no futuro os pontos quânticos podem contribuir para a eletrônica flexível, sensores minúsculos, células solares mais finas e talvez comunicação quântica criptografada”, acrescentou.
Foi em 1993 que Bawendi (Paris, 1961) revolucionou os métodos de fabricação de pontos quânticos, alcançando uma qualidade extremamente elevada, um pré-requisito vital para sua utilização na nanotecnologia atual.
Antes, no início da década de 1980, Brus (Cleveland, Estados Unidos, 1943) e Ekimov (nascido em 1945 na então União Soviética) conseguiram criar – independentemente um do outro – pontos quânticos.
A Real Academia Sueca considera que “os pontos quânticos são uma parte importante das ferramentas da nanotecnologia e que” os vencedores do Prêmio Nobel de Química de 2023 foram pioneiros na exploração do nanomundo”.
O prêmio de química marca a metade da temporada do Prêmio Nobel. Ainda não foram anunciados os prêmios de literatura, paz e economia, até 9 de outubro.
O prêmio em dinheiro foi aumentado este ano em 10%, para 11 milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de dólares). Além do dinheiro, os vencedores recebem uma medalha de ouro 18 quilates e um diploma nas cerimônias de premiação em dezembro.
Outros vencedores
O Prêmio Nobel de Física 2023 foi atribuído nesta terça-feira (3) ao francês Pierre Agostini, ao austríaco-húngaro Ferenc Krausz e à sueco-francesa Anne L’Huillier “pelos métodos experimentais que geram impulsos de luz de attossegundos para o estudo da dinâmica dos elétrons na matéria”.
“Os vencedores foram reconhecidos por suas experiências, que forneceram à humanidade novas ferramentas para explorar o mundo dos elétrons dentro dos átomos e moléculas”, explicou a Academia Sueca de Ciências.
Segundo o Comitê, Agostini, Krausz e L’Huillier “demonstraram uma maneira de criar pulsos de luz extremamente curtos que podem ser usados para medir os processos rápidos nos quais os elétrons se movem ou mudam de energia”. Além disso, destacaram que as contribuições dos vencedores “permitiram investigar processos tão rápidos que antes eram impossíveis de acompanhar”.
Por sua vez, em 2001, Agostini conseguiu produzir e investigar uma série de pulsos de luz consecutivos, em que cada pulso durou apenas 250 attosegundos. Simultaneamente, Krausz trabalhou com outro tipo de experimento, que permitia isolar um único pulso de luz com duração de 650 attosegundos.
Nas 116 edições do Prêmio Nobel em que foi concedido o prêmio de Física, que ficou vago em seis ocasiões, 221 pessoas foram homenageadas, uma delas, o americano John Bardeen, premiado duas vezes (1956 e 1972).
L’Huillier foi um dos ganhadores do prestigioso Prêmio Wolf no ano passado, cujos ganhadores às vezes ganham o Prêmio Nobel.
Apenas quatro mulheres obtiveram este prêmio, a última, a americana Andrea Ghez em 2020, pelas suas descobertas sobre buracos negros.
Por outro lado, o Prêmio Nobel de Medicina foi atribuído na segunda-feira (2) à húngara Katalin Karikó e ao americano Drew Weissman pelas suas descobertas sobre as modificações de bases de nucleósidos que permitiram o desenvolvimento de vacinas de mRNA eficazes contra a COVID-19.