Um campo magnético mais fraco poderia explicar os níveis mais altos de oxigênio registrados na atmosfera e nos oceanos da Terra por volta desse período — e a subsequente proliferação de animais marinhos macroscópicos, relata a equipe na edição de 2 de maio desse ano, da Communications Earth & Environment. O campo magnético da Terra é resultado do movimento do ferro fundido no interior do planeta. Com uma força de apenas 0,00005 tesla, é cerca de um décimo milésimo da força do campo em uma máquina de ressonância magnética. Isso pode não parecer muito, mas é forte o suficiente para que vários animais possam percebê-lo e usá-lo para se orientar.
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A força do campo magnético da Terra flutua, tipicamente ao longo de escalas de tempo que variam de milhares a milhões de anos. Por exemplo, rochas de 565 milhões de anos encontradas no Canadá contêm minerais magnéticos que sugerem que o campo magnético da Terra naquela época era apenas um décimo tão forte quanto é hoje. Agora, a mesma equipe examinou rochas do Brasil com cerca de 590 milhões de anos. O campo magnético da Terra era ainda mais fraco naquela época, descobriram os pesquisadores — apenas um trigésimo do valor atual.
Se o campo magnético da Terra permaneceu baixo durante o intervalo de aproximadamente 25 milhões de anos delimitado por essas amostras — e dados menos precisos de outras equipes sugerem que isso ocorreu —, isso seria uma coincidência notável, diz John Tarduno, geofísico da Universidade de Rochester em Nova York, que esteve na equipe que estudou as rochas canadenses. Especialistas sugerem que a conexão entre um campo magnético mais fraco e o aumento dos níveis de oxigênio está relacionada ao fato de que a proteção contra partículas cósmicas diminuiu, levando a uma maior quebra das moléculas de água na atmosfera primitiva da Terra.
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Esse desequilíbrio pode ter contribuído para uma atmosfera mais rica em oxigênio e oceanos enriquecidos com o elemento. Os animais maiores e mais móveis que surgiram durante o Período Ediacarano podem ter se beneficiado desses níveis mais altos de oxigênio, tornando possível o desenvolvimento de formas de vida maiores. Embora haja muitas especulações neste estudo, as medições são consistentes, diz Joe Meert, geocientista da Universidade da Flórida em Gainesville, que não esteve envolvido na pesquisa. Estudos como este são úteis para explorar grandes ideias.