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Um novo método de entrega de medicamentos usando prolina, um aminoácido encontrado em penas de galinha e tecido da pele, poderia ser utilizado para limitar os efeitos colaterais da quimioterapia e reparar enzimas importantes, sugere uma nova pesquisa. Publicado na revista Chem, os pesquisadores projetaram uma gaiola (uma caixa feita de moléculas únicas) a partir de peptídeos biologicamente compatíveis, pequenos aminoácidos que formam a base das proteínas. Essas gaiolas podem abrigar medicamentos de diferentes tamanhos e transportá-los no corpo com altos níveis de precisão.
Os efeitos colaterais negativos associados à quimioterapia, como queda de cabelo e danos nos nervos, são resultado da “toxicidade fora do alvo”, onde o tratamento mata células saudáveis ao redor dos tumores, bem como o próprio tumor. Ao criar uma gaiola em nanoescala para abrigar o medicamento e levá-lo ao tumor antes de liberá-lo, esse efeito pode ser canalizado mais diretamente para o tumor, protegendo as células saudáveis. A gaiola pode ser ajustada a diferentes tamanhos, permitindo diferentes cargas de medicamentos. Essa estrutura flexível possibilita a entrega potencial de medicamentos quimioterápicos, antibióticos e antivirais.
Anteriormente, gaiolas desse tipo só podiam ser feitas usando moléculas de hidrocarbonetos encontradas em alcatrão, que muitas vezes podem ser tóxicas para os humanos. Os pesquisadores acreditam que essa estrutura também abre caminho para que enzimas defeituosas sejam substituídas dentro do corpo, o que anteriormente não era possível. Historicamente, enzimas, que são compostas por proteínas e desempenham funções importantes no corpo, só podiam ter suas atividades bloqueadas por medicamentos. O bloqueio dessa funcionalidade teria então um impacto no corpo, como a redução da inflamação. Agora, as gaiolas poderiam substituir essa função, o que pode estabelecer as bases para uma nova forma de tratamento.
O autor principal, Dr. Charlie McTernan, professor de Química no King’s College London e líder de grupo no Instituto Francis Crick, disse: “O que criamos é essencialmente um saquinho de chá molecular biologicamente compatível. Podemos encher esse saquinho de chá, ou gaiola feita de prolina e colágeno amplamente disponíveis, com vários medicamentos diferentes e entregá-los de uma maneira muito mais direcionada do que antes.” “Com o tempo, esperamos que isso possa significar que podemos limitar a queda de cabelo, náusea e outros efeitos colaterais desagradáveis da quimioterapia. Talvez possamos até reparar enzimas defeituosas que influenciam o desenvolvimento do câncer.
A melhor parte é que podemos fazer isso de forma sustentável e em larga escala.” A prolina é muito reta e rígida em forma, além de ser solúvel em água, o que a torna singularmente adequada para entrega de medicamentos, já que a água compõe cerca de 60% do corpo humano. Ligando o peptídeo a pequenas quantidades de metal, como o paládio, os pesquisadores puderam criar uma estrutura ajustável que poderiam aumentar ou diminuir rapidamente de tamanho. Como a prolina e o colágeno estão amplamente disponíveis e não dependem de cadeias de hidrocarbonetos como os métodos anteriores, a equipe espera aumentar de forma sustentável a produção atual em laboratório.