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Cientistas especializados em planetas estão desafiando a definição estabelecida de planeta pela União Astronômica Internacional (IAU), que desde 2006 limita a designação de “planeta” apenas aos corpos celestes que orbitam o Sol dentro do nosso sistema solar. Em um esforço para modernizar e universalizar a definição, um grupo liderado por Jean-Luc Margot, da UCLA, está propondo uma revisão abrangente que reconheça planetas orbitando outras estrelas.
A proposta, que será apresentada na Assembleia Geral da IAU em agosto de 2024 e detalhada no Planetary Science Journal, busca definir um planeta como um corpo celeste que orbita não apenas o Sol, mas qualquer estrela, anã marrom ou remanescente estelar. Essa mudança abriria a classificação para uma vasta gama de corpos celestes descobertos fora do nosso sistema solar, conhecidos como exoplanetas.
Além do critério de órbita ampliada, a nova definição propõe critérios quantitativos claros: um planeta deve ter uma massa mínima de 10^23 kg e não deve exceder 13 massas de Júpiter (aproximadamente 2,5 x 10^28 kg). Essas diretrizes foram formuladas para garantir que os objetos classificados como planetas sejam suficientemente massivos para assumir uma forma esférica devido à sua própria gravidade, uma característica observada em todos os grandes corpos celestes no nosso sistema solar.
Um dos pontos mais controversos da definição atual da IAU é o requisito de que um planeta “limpe” sua órbita, o que significa que ele deve ter influência gravitacional dominante sobre sua área orbital, afastando ou capturando outros objetos próximos. A proposta de Margot e seus colegas inclui o conceito de “dominância dinâmica”, um critério adicional que avalia se um planeta é grande o suficiente para ter tal influência em seu ambiente orbital.
Embora a definição de ser esférico também seja mantida na nova proposta, os cientistas reconhecem que determinar a forma de corpos distantes é desafiador, especialmente para exoplanetas distantes que são observados indiretamente através de técnicas como trânsitos estelares e velocidade radial. O debate sobre essa revisão reflete o progresso na compreensão dos sistemas planetários além do nosso próprio, onde milhares de exoplanetas foram descobertos desde a década de 1990.
A mudança proposta visa não apenas atualizar uma definição considerada restritiva e centrada no nosso sistema solar, mas também estabelecer critérios mais precisos e universais que possam ser aplicados em todo o cosmos. Embora a adoção oficial de uma nova definição pela IAU possa levar anos, Margot e sua equipe esperam que sua proposta promova uma discussão frutífera que culmine em uma compreensão mais clara e inclusiva do que constitui um planeta no universo vasto e diversificado que habitamos.