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Jogos de Tabuleiro e Autismo: Uma Conexão Revelada por Novas Pesquisas
Cientistas da Universidade de Plymouth desvendam os motivos por trás da popularidade dos jogos de tabuleiro entre pessoas com autismo e o potencial que eles têm como ferramenta de bem-estar.
Em um estudo inovador, publicado no American Journal of Play e no Journal of Autism and Developmental Disorders, pesquisadores da Universidade de Plymouth exploraram a relação entre jogos de tabuleiro e o transtorno do espectro autista (TEA). Através de cinco estudos abrangentes, a pesquisa fornece pela primeira vez uma análise científica robusta das razões pelas quais os jogos de tabuleiro se tornaram tão populares entre essa população.
Um Hobby com Benefícios Significativos:
A pesquisa revelou que pessoas com autismo estão significativamente mais representadas entre os jogadores de tabuleiro do que na população em geral. Aproximadamente 7% dos jogadores de tabuleiro pesquisados foram diagnosticados com TEA, em comparação com apenas 1% da população em geral. Além disso, 30% dos participantes apresentaram altos níveis de traços autistas, de acordo com o Quociente do Espectro do Autismo (QA).
Para entender melhor as motivações por trás dessa predileção, os pesquisadores entrevistaram jogadores de tabuleiro autistas. Os resultados destacaram diversos benefícios que os jogos proporcionam:
- Estrutura e previsibilidade: As regras e a natureza estruturada dos jogos de tabuleiro oferecem um ambiente seguro e previsível, reduzindo a ansiedade social e a incerteza frequentemente experimentadas por pessoas com autismo.
- Escapismo e relaxamento: Os jogos de tabuleiro fornecem uma forma de imersão em um mundo alternativo, proporcionando um escape das demandas sociais e sensoriais da vida cotidiana.
- Comunicação alternativa: A jogabilidade remove a pressão da conversa fiada, permitindo que os indivíduos se comuniquem e se relacionem com os outros de maneira mais natural e autêntica.
- Paixões e interesses: Os jogos de tabuleiro oferecem uma plataforma para explorar interesses e paixões individuais, promovendo a autoexpressão e o engajamento.
Aplicações Promissoras para o Bem-Estar:
Os estudos também investigaram o potencial dos jogos de tabuleiro como ferramenta de intervenção para o bem-estar de pessoas com autismo. Dois estudos acompanharam grupos de adolescentes e adultos autistas que participaram de sessões semanais de jogos de tabuleiro ao longo de dois anos. Os resultados demonstraram que a intervenção com jogos de tabuleiro:
- Promove a construção de comunidade: Os jogos de tabuleiro facilitaram a interação social e a criação de laços entre os participantes, combatendo o isolamento e a solidão.
- Desenvolvimento de independência: A jogabilidade incentivou o desenvolvimento de habilidades de tomada de decisão, resolução de problemas e pensamento estratégico.
- Aprimoramento de habilidades sociais: Os jogos proporcionaram um ambiente seguro para praticar habilidades de comunicação, colaboração e trabalho em equipe.
Futuros Trabalhos e Impacto Social:
Os autores do estudo, Dr. Liam Cross e Dr. Gray Atherton, expressaram entusiasmo com os resultados e o potencial que eles têm para informar o desenvolvimento de futuras intervenções para o TEA. Eles ressaltam a importância de adaptar os jogos e as atividades às necessidades individuais e acreditam que os jogos de tabuleiro podem ser uma ferramenta valiosa para melhorar a qualidade de vida de pessoas com autismo.
Conclusão:
A pesquisa da Universidade de Plymouth oferece uma nova perspectiva sobre a popularidade dos jogos de tabuleiro entre pessoas com autismo e demonstra o potencial significativo que eles têm como ferramenta de bem-estar. Ao destacar os benefícios sociais, cognitivos e emocionais que os jogos proporcionam, o estudo abre caminho para o desenvolvimento de intervenções mais eficazes e personalizadas para o TEA.
Informações Adicionais:
- Para saber mais sobre a pesquisa, visite os sites do American Journal of Play (https://www.museumofplay.org/journalofplay/) e do Journal of Autism and Developmental Disorders (https://link.springer.com/journal/10803/articles).
- A Universidade de Plymouth oferece diversos recursos e informações sobre autismo.