O biólogo molecular Venki Ramakrishnan, laureado com o Prêmio Nobel de Química, apresenta em seu novo livro “Por que morremos: A nova ciência do envelhecimento e a busca pela imortalidade” uma visão crítica sobre a extensão da vida humana e as razões pelas quais morremos em nosso devido tempo. Segundo suas pesquisas, prolongar significativamente nossa existência pode não ser tão desejável quanto se imagina.
Em entrevista à ABC News, Ramakrishnan argumenta que uma sociedade com indivíduos vivendo centenas de anos poderia se tornar estagnada e dominada pelo mesmo grupo de pessoas que prolongam indefinidamente suas vidas.
Sem a morte como algo natural, esse cenário levantaria questões cruciais sobre a dinâmica social e o progresso. A ausência de um recambio geracional significaria, potencialmente, um fim à inovação e à introdução de novas ideias.
O foco atual da biologia, explica o cientista, é investigar as causas do envelhecimento, não para estender a vida e evitar a morte, mas para aumentar a qualidade de vida em etapas avançadas. Essa missão busca entender como podemos manter as pessoas mais velhas saudáveis, produtivas e cheias de energia, combatendo as consequências debilitantes do envelhecimento.
“Não haveria essa mudança entre as gerações. Você sabe, talvez novas ideias, essas coisas. Mas acho que isso ainda está no campo da ficção científica. Acredito que a biologia analisa as causas do envelhecimento e isso nos permite abordar algumas dessas causas”, declarou Ramakrishnan à ABC News.
Uma das curiosidades que Ramakrishnan destaca é por que a idade biológica das pessoas nem sempre coincide com sua idade cronológica. Isso se deve à acumulação de danos em nossas células ao longo do tempo e à eficiência variável dos mecanismos de reparo celular entre indivíduos. A deterioração desses sistemas de reparo e reciclagem celular é o que geralmente nos envelhece.
O biólogo também menciona pesquisas recentes sobre marcadores sanguíneos que indicam por que algumas pessoas envelhecem mais rápido que outras. Esses estudos sugerem a existência de fatores no sangue de jovens que podem contribuir para retardar o envelhecimento, independentemente de hábitos de vida como consumo de álcool, tabagismo ou falta de sono.
Em relação ao futuro, Ramakrishnan é cautelosamente otimista. Embora a eliminação de doenças como câncer, hipertensão e diabetes possa estender a vida das pessoas em cerca de 15 anos, ele se mostra mais esperançoso com os esforços para combater as causas subjacentes do envelhecimento, o que pode resultar em uma vida significativamente mais longa e saudável.
Quanto ao futuro, Ramakrishnan é cautelosamente otimista. Embora a eliminação de doenças como câncer, hipertensão e diabetes possa estender a vida das pessoas em cerca de 15 anos, ele se mostra mais esperançoso com os esforços voltados para combater as causas subjacentes do envelhecimento, o que poderia resultar em uma vida significativamente mais longa e saudável.