Os Estados Unidos, aliados europeus e Canadá concordaram neste sábado em remover os principais bancos russos do sistema de mensagens interbancárias, SWIFT, um passo extraordinário que separará o país de grande parte do sistema financeiro global.
“Isso garantirá que esses bancos sejam desconectados do sistema financeiro internacional e prejudiquem sua capacidade de operar globalmente”, escreveram as potências globais em um comunicado conjunto anunciando a significativa medida de retaliação.
A exclusão de Moscou da SWIFT, que significa Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais, significa que os bancos russos não podem se comunicar de forma segura com bancos além de suas fronteiras. O Irã foi removido da SWIFT em 2014, após desenvolvimentos no programa nuclear de Teerã.
A SWIFT é uma empresa independente com sede na Bélgica que atua como um sistema de mensagens interno entre mais de 11.000 bancos e instituições financeiras em mais de 200 países e territórios.
Além disso, os Estados Unidos, a União Europeia e o Canadá anunciaram que imporão medidas restritivas destinadas a impedir que o Banco Central da Rússia utilize suas reservas internacionais de maneira que possa prejudicar as sanções.
“Isso mostrará que as supostas sanções da Rússia que provam sua economia são um mito. O cofre de guerra de mais de US$ 600 bilhões das reservas estrangeiras da Rússia só é poderoso se Putin puder usá-lo”, disse um alto funcionário do governo em uma ligação com repórteres na noite de sábado.
O funcionário, que falou sob condição de anonimato para compartilhar novos detalhes sobre a posição de Washington, disse que o impacto dessas sanções será sentido imediatamente na Rússia.
“Você verá imediatamente um efeito assustador cair sobre o setor bancário russo, mesmo além do que já ocorreu”, disse o alto funcionário do governo, acrescentando que todas as 10 maiores instituições financeiras da Rússia foram sancionadas.
A SWIFT não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da CNBC.
O anúncio segue rodadas de sanções conjuntas impostas contra a Rússia por seu ataque não provocado à Ucrânia.
Na sexta-feira, os Estados Unidos, juntamente com o Reino Unido e a União Europeia, anunciaram sanções impressionantes contra o presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
Nas semanas que antecederam a invasão, o governo Biden disse que a ameaça de sanções severas pretendia servir de dissuasão para Putin.