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Nesta segunda-feira (21), o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, condenou o hacker Walter Delgatti Neto e outras seis pessoas por crimes relacionados à Operação Spoofing. Os hackers invadiram contas do aplicativo Telegram, utilizando uma técnica conhecida como spoofing, que consiste em falsificar a identidade do remetente de mensagens. Além disso, eles também invadiram contas de e-mail e redes sociais.
“A amplitude das vítimas é imensa e poderia render inúmeras ocasiões de extorsões”, disse o juiz.
“Seus ataques cibernéticos foram direcionados a diversas autoridades públicas, em especial agentes responsáveis pela persecução penal, além de diversos outros indivíduos que possuem destaque social, bastando verificar as contas que tiveram conteúdo exportado. É reincidente, conforme comprova sua ficha criminal e possui outros registros penais“, prosseguiu o juiz.
O juiz também pontuou que Delgatti chegou a propor a venda do material hackeado para a imprensa por R$ 200 mil.
As mensagens privadas divulgadas pela Vaza Jato continham informações sobre investigações da Operação Lava Jato, bem como detalhes da vida pessoal de políticos e empresários. Essa divulgação gerou grande polêmica e resultou na demissão de vários funcionários públicos, além da abertura de inquéritos contra políticos e empresários envolvidos.
Walter Delgatti Neto já havia sido preso anteriormente, durante a Operação Spoofing, onde admitiu ter invadido contas de diversas autoridades, incluindo o ex-juiz Sérgio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol.
Em relação às condenações, Delgatti recebeu uma pena de 20 anos, 1 mês e 736 dias-multa por diversos crimes. Os outros réus também foram condenados, com penas que variam de 6 anos a 18 anos e 11 meses de reclusão, além de dias-multa. Vale ressaltar que Luiz Henrique Molição, mesmo condenado, recebeu perdão judicial devido a uma delação premiada.
Os crimes pelos quais Delgatti foi condenado incluem organização criminosa, lavagem e ocultação de bens, invasão de dispositivos informáticos e realização de interceptações de comunicações telefônicas e telemáticas sem autorização judicial.
A investigação teve início para apurar a possível clonagem do então ministro Sergio Moro e a invasão de sua conta no Telegram. Durante as investigações, a Polícia Federal identificou outras invasões em terminais celulares de diversas autoridades públicas, conforme relatado na acusação. A materialidade dos crimes foi comprovada por meio de laudos produzidos pela Polícia Federal, estabelecendo uma sequência lógica nas investigações até a identificação dos culpados.
